Operação da PF revela ex-ministro de Bolsonaro em esquema de desvios no INSS

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Investigação aponta ex-ministro de Bolsonaro como ‘pilar institucional’ de esquema de descontos no INSS

Ahmed Mohamad Oliveira, anteriormente José Carlos Oliveira, foi ministro do Trabalho e Previdência Social no governo de Jair Bolsonaro (PL); ele também foi diretor do INSS.

A Operação da Polícia Federal que prendeu o ex-presidente do INSS e outras 8 pessoas revelou um esquema de desvios de aposentadorias que envolvia o Instituto Nacional do Seguro Social. As investigações apontam Ahmed Mohamad Oliveira, anteriormente chamado José Carlos Oliveira, como um dos pilares da fraude na Conafer. Ele ocupou cargos de destaque tanto no INSS quanto no governo Bolsonaro.

Ahmed foi apontado como responsável por autorizar repasses ilegais e receber vantagens indevidas em troca. A descoberta de uma planilha com registro de pagamento de R$ 100 mil a “São Paulo Yasser” chamou a atenção dos investigadores, que também encontraram mensagens de agradecimento de Ahmed a Cícero Marcelonoi.

Além disso, a investigação relaciona Ahmed ao desbloqueio e repasse de R$ 15,3 milhões à Conafer enquanto ele era diretor de benefícios do INSS. O ex-ministro substituiu Onyx Lorenzoni no Ministério do Trabalho e Emprego em 2022, tomando decisões sem a devida comprovação de filiações exigidas.

Os documentos encaminhados ao Supremo Tribunal Federal apontam que o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto recebia propinas mensais de até R$ 250 mil. Ele era considerado essencial para manter ativa a estrutura de desvios, operando a partir de um Acordo de Cooperação Técnica firmado em 2017.

As investigações revelaram um esquema criminoso que desviou bilhões de reais de aposentados e pensionistas do INSS entre 2019 e 2024. Os presos na Operação, além de Stefanutto, incluem figuras centrais no esquema como Antônio Carlos Antunes Camilo, André Paulo Felix Fidelis, entre outros ligados à Conafer.

O esquema envolvia falsificação de documentos e assinaturas para autorizar descontos fraudulentos em benefícios previdenciários. A PF estima que mais de R$ 640 milhões foram desviados só pela Conafer, sem contar outras entidades envolvidas. A investigação continua para apurar a extensão total do esquema e responsabilizar os envolvidos.

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