Uma operação da Polícia Federal sequestrou mais de R$ 28 milhões de suspeitos de desviar recursos da Saúde de Goiás durante os anos de 2012 a 2018. Segundo a investigação, os desvios ocorreram por meio de uma Organização Social (OS) em contratos com o governo estadual da época (entenda o esquema abaixo).
O DE entrou em contato com a assessoria do político Marconi Perillo, que era o governador de Goiás na época dos desvios. Como o nome da organização não foi divulgado pela polícia, a reportagem não conseguiu localizá-la para um posicionamento sobre o caso.
A operação foi realizada na manhã desta quinta-feira (6) e foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão em Goiânia e um em Brasília. Os mandados e o sequestro do dinheiro foram determinados pela Justiça. Ao DE, a PF explicou que ainda não foi contabilizado o valor desviado, mas pontuou que pode ser ainda maior que os R$ 28 milhões sequestrados dos investigados.
Além do desvio de recursos, a polícia investiga os crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de capitais. A operação foi realizada com apoio da Receita Federal do Brasil e da Controladoria Geral da União.
DESVIO DE RECURSOS
A Polícia Federal detalhou como ocorria o desvio de dinheiro, que acontecia por meio de contratos de uma OS com o governo estadual. Além disso, ressaltou que o esquema utilizado é vedado por lei. Entenda:
– A OS firmava contratos com o Governo de Goiás para administrar alguns serviços;
– Para a execução desses serviços, a OS subcontratava empresas ligadas a políticos e até a administradores da OS;
– Com a subcontratação, parte do dinheiro recebido por essas empresas retornava aos políticos e aos administradores da OS.