Policiais militares de Foz do Iguaçu, DE oeste do Paraná, são alvos de uma operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta terça-feira (18). A investigação apura o envolvimento de agentes no transporte e na proteção de cargas de eletrônicos contrabandeados, além de suspeitas de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo a PF, há indícios de que os policiais participaram, enquanto estavam de folga, de uma ação realizada em 14 de maio de 2025 para “resgatar” uma carga roubada. A identidade dos policiais não foi divulgada. Na época, eles alegaram que buscavam um caminhão que teria sido subtraído, mas a investigação aponta que a intenção era proteger interesses de uma organização criminosa e recuperar produtos ilícitos.
Na mesma data, houve troca de tiros entre o grupo criminoso e os policiais, e um homem ligado aos “Piratas do Asfalto”, quadrilha especializada em roubo de cargas na região oeste do estado, foi baleado, segundo a polícia. De acordo com o comandante da Polícia Militar (PM) de Cascavel, tenente-coronel Cícero Tenório, os agentes estavam de folga e foram ao local após serem informados por donos de uma transportadora sobre a perda de sinal do caminhão.
A PM afirmou, na ocasião, que os agentes não comunicaram o batalhão de Cascavel sobre a ação. Nesta terça-feira, a PM informou em nota que acompanha as investigações por meio da Corregedoria. Segundo a organização, não houve prisão de policiais militares no curso da operação. A operação cumpre 12 mandados de busca e apreensão e ordens de sequestro de bens em Cascavel e Foz do Iguaçu.
A investigação começou após prisões feitas entre 2024 e 2025, quando foram apreendidas cargas avaliadas em cerca de R$ 20 milhões, incluindo smartphones sem nota fiscal e cigarros eletrônicos, cuja venda é proibida no Brasil. A PF aponta que o grupo utilizava empresas de fachada e veículos registrados em nome de terceiros para dar aparência de legalidade às operações.




