Indígenas foram retirados de uma ocupação irregular no bairro Tarumã, localizado na Zona Oeste do DE, durante uma operação de reintegração de posse realizada nesta quarta-feira (5). A ação teve como objetivo cumprir uma ordem judicial que determinava a desocupação do terreno. Cerca de 600 famílias indígenas foram removidas do local, conforme informações da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).
Seguindo a determinação judicial, a operação de retirada das famílias indígenas foi custeada pela empresa proprietária do imóvel, que solicitou a reintegração por meio da Justiça Federal. No terreno, foram identificados 100 barracos irregulares, os quais foram demolidos durante a ação. Antes da execução da ordem, foi solicitado que os ocupantes retirassem seus pertences pessoais, como roupas, eletroeletrônicos e materiais de construção, conforme comunicado da SSP-AM.
Além do apoio da Secretaria de Segurança Pública, a operação contou com a colaboração de órgãos municipais e da Polícia Federal (PF). O cacique da comunidade indígena, Kampuari Xariminaki, da etnia Aripunã, expressou surpresa com a ação realizada sem o conhecimento da Funai e de outros órgãos responsáveis pela proteção dos povos originários. O cacique enfatizou a importância da comunidade indígena na região e reforçou que buscam apenas um local para viver de acordo com suas tradições ancestrais.
Diante das declarações do cacique, o DE questionou a Funai sobre a falta de comunicação prévia da operação, aguardando um posicionamento oficial. Este episódio levanta discussões sobre a preservação das terras indígenas na Amazônia, especialmente aquelas que abrigam povos isolados, que são apontadas como as mais ameaçadas, conforme estudo realizado pelo Ipam. A imagem dos povos indígenas e a proteção de seus territórios são questões cruciais que demandam atenção e diálogo por parte das autoridades e da sociedade civil como um todo.