Operação desarticula quadrilha especializada em golpe do novo número, em Goiânia

Na tarde da última terça-feira (28) e na manhã do dia seguinte, a Polícia Civil do Estado de Goiás, por intermédio do Grupo de Repressão a Estelionato e outras Fraudes da Delegacia Estadual de Investigações Criminais – GREF/DEIC, cumpriu um mandando de prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão contra suspeitos de uma associação criminosa especializada na prática do crime de estelionatos na modalidade eletrônica.

A Operação Ápice deu início após a prisão em flagrante de duas mulheres pelo crime de prática de estelionato contra uma idosa e o irmão de uma delegado da polícia. Ambos foram vítimas do Golpe do Novo Número, sendo capturadas as beneficiárias do valores obtidos de forma fraudulenta.

Associação criminosa especialista no crime

A partir dessas prisões, agentes policiais aprofundaram nas investigações e identificaram uma associação criminosa especialista nesse tipo de crime. Em julho desde ano, um integrante do grupo foi identificado como responsável por cooptar os fornecedores das contas bancárias e preso pelo delito em flagrante junto com outros 3 suspeitos, pela prática de estelionato com o mesmo modus operandi.

Com essas prisões, foram possível identificar mais dois suspeitos de integrarem o grupo, juntamente com comparsas responsáveis por entrar em contato com as vítimas e solicitarem as transferências, se passando como um parente que precisava realizar uma transferência bancária.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência do investigado, que é monitorado por tornozeleira eletrônica. Lá foram encontrados cartões bancários de integrantes do grupo, caderno de anotações com valores e dados de vítimas, e um aparado feito de papel alumínio feito para tentar inibir o sinal da tornozeleira.

 

Os pertences foram encontrados na casa de um dos suspeitos, que utilizava tornozeleira eletrônica. Foto: Reprodução/PC

Além das prisões, também foram deferidos a Justiça o bloqueio de contas bancárias, sequestro de valores e de um veículo.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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