O Ministério Público (MP) realizou uma operação que resultou na prisão de cinco suspeitos de integrar uma organização criminosa que fazia falsas denúncias com o objetivo de prejudicar ações de combate ao tráfico de drogas em Ronda Alta, na Região Norte do estado. Essa investigação indicou que o grupo utilizava pessoas para denunciar supostas agressões e outras infrações disciplinares cometidas por policiais militares (PMs).
Os mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos em Ronda Alta, Passo Fundo, Palmeira das Missões e Sarandi. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de 25 contas bancárias, incluindo de laranjas, sendo que uma dessas contas movimentou R$ 1,9 milhão em apenas quatro meses, entre os anos de 2022 e 2023. Essa ação demonstra a gravidade do esquema criminoso instaurado na região.
O grupo criminoso utilizava pessoas ligadas à organização para denunciar à Corregedoria-Geral da Brigada Militar (BM) supostas agressões e infrações disciplinares cometidas pelos PMs durante abordagens. Ademais, os policiais e seus familiares eram ameaçados, tudo com o intuito de prejudicar as ações da BM, especialmente nos pontos de tráfico de drogas. Essas ações visavam coagir os policiais e desestabilizar a segurança na região.
Houve situações em que as denúncias resultaram em processos disciplinares. Diante desse cenário, a Corregedoria-Geral da BM buscou apoio do MP ao identificar que as reclamações tinham como alvo específico PMs que combatiam o narcotráfico na cidade. No total, 32 pessoas foram investigadas, com 25 tendo suas contas bancárias bloqueadas. O MP solicitou o sequestro de até R$ 2 milhões de cada uma dessas contas, com o intuito de combater as atividades ilícitas.
Os 14 investigados com prisão decretada estão relacionados a crimes como tráfico de drogas, porte e posse de armas de fogo, homicídios, denunciação caluniosa e lavagem de dinheiro na região. Dos nove investigados já detidos pelo sistema prisional, continuaram praticando as infrações. A operação do MP visa desarticular essa organização criminosa responsável pela prática desses delitos na cidade.
Em suma, a ação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público evidencia a importância do combate à falsidade de denúncias e das tentativas de desestabilização das forças policiais. A integração entre MP e BM é crucial para garantir a segurança e a legalidade das ações de combate ao tráfico de drogas, além de proteger os profissionais que atuam na linha de frente contra o crime. A sociedade espera que essas medidas contribuam para a promoção da justiça e da ordem na região de Ronda Alta.