Quatro pessoas foram presas em uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro contra uma milícia que atua nos municípios de Belford Roxo e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Entre os presos está o policial civil Jaime Rubem Provençano, lotado na Delegacia de Repressão a Entorpecentes, suspeito de vazar informações sobre operações. Além dele, o policial militar Gilmar Carneiro dos Santos, conhecido como Professor Gilmar, também é alvo da ação, porém ainda não foi encontrado. Ambos são suspeitos de dar suporte às atividades do grupo criminoso.
A ação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) resultou na prisão preventiva de 13 pessoas, incluindo os dois policiais mencionados, que responderão pelo crime de constituição de milícia privada. A operação, chamada Golden Head, conta com o apoio das corregedorias das Polícias Civil e Militar e está em andamento em diversos endereços na Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Belford Roxo e Duque de Caxias, além de unidades prisionais.
Os chefes da milícia identificados pela investigação do Gaeco são Diego dos Santos Souza, conhecido como Cabeça de Ouro, e Carlos Adriano Pereira Evaristo, o Carlinhos da Padaria. Segundo os promotores, esses dois comandavam as ações do grupo criminoso mesmo estando presos. A cobrança de taxas era gerenciada por Angelo Adriano de Jesus Guarany, o Magrinho, responsável por articular a comunicação entre os chefes e os cobradores na rua.
A milícia atuava nos bairros de Wona, Lote XV e Vale das Mangueiras em Belford Roxo, assim como no bairro Pantanal em Duque de Caxias. Suas atividades incluíam extorsões contra comerciantes e mototaxistas, além de registros de torturas, execuções e disputas armadas por territórios. A investigação reuniu evidências de controle financeiro, prestação de contas e ordens transmitidas por mensagens entre os membros da milícia, incluindo disputas armadas com grupos rivais, traições, coações e planejamento de ataques.
A Polícia Civil informou que a Corregedoria-Geral participa da operação em conjunto com o Ministério Público e cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão contra os agentes denunciados. Ainda segundo a nota oficial, as diligências continuam em andamento para desmantelar a atuação da milícia e responsabilizar todos os envolvidos pelos crimes cometidos. A operação visa combater a criminalidade organizada na região e garantir a segurança da população afetada pela atuação desse grupo paramilitar.




