Operação do MPRJ revela homenagens a policial foragido e desmantela ‘Novo Escritório do Crime’

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Operação contra ‘Novo Escritório do Crime’ revela homenagens a policial militar foragido

Alessander Ribeiro Estrella Rosa, conhecido como “Tenente Alessander”, recebeu homenagens do deputado Sargento Portugal em 2024 e do governador Cláudio Castro no ano anterior.

Um dos policiais militares denunciados por participar de um grupo de extermínio, apontado como o novo “escritório do crime”, foi homenageado pela Câmara dos Deputados, pela Alerj e pela Câmara de Vereadores de Belford Roxo. O grupo, alvo de uma ação do MPRJ nesta quinta, é acusado de participar de pelo menos duas execuções.

Tenente Alessander, procurado pelo MPRJ em operação, foi homenageado por Câmara Federal e Governo do Rio. Alessander Ribeiro Estrella Rosa, conhecido como “Tenente Alessander”, foi homenageado pelo deputado Sargento Portugal em 2024. Ele recebeu uma “Moção de Louvor e Regozijo pelos excelentes serviços prestados ao povo carioca”. No documento, o parlamentar destacou a “ilibada carreira” do PM.

O Governo do Estado também concedeu uma honraria por bons serviços prestados por policiais militares do Rio de Janeiro. A medalha foi concedida por Cláudio Castro em 2023.

Em nota, o deputado federal afirmou que “a indicação se baseou em critérios técnicos e resultados operacionais”, e que seu mandato “reafirma o compromisso com a segurança pública, a legalidade e a apuração rigorosa de qualquer conduta incompatível com a ética e a lei.”

O ex-PM Thiago Soares Andrade Silva, apontado pelo MP como chefe do novo grupo de extermínio, mesmo da cadeia, para onde foi levado posse de arma de uso restrito, ele ditava ordens para os comparsas. Ele teria sido o mandante dos dois homicídios investigados pelo MPRJ.

O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) saiu para cumprir 9 mandados de prisão, mas 5 dos alvos já estão encarcerados. Entre os 4 procurados, há 2 PMs: Tenente Alessander e Diogo Briggs Climaco das Chagas, conhecido como “Briggs”. Todos os alvos foram denunciados à Justiça por organização criminosa armada, sequestro e comércio ilegal de armas de fogo e munição – materiais apreendidos em operações eram, segundo o Gaeco, vendidos clandestinamente.

O Escritório do Crime “original” era um grupo formado por policiais militares e ex-policiais, especializado em assassinatos por encomenda, que atuou principalmente na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Desde 2009, há pelo menos 13 assassinatos em que os integrantes do Escritório são suspeitos de participação. A quadrilha se envolveu ainda em grilagem de terras, construções ilegais e exploração imobiliária clandestina. O grupo foi chefiado por Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Bope, e pelo major da PM Ronald Paulo Alves Pereira.

Após a morte de Adriano em 2020, o comando passou para os irmãos Leonardo Gouvêa da Silva, o Mad, e Leandro Gouvêa da Silva, o Tonhão. Em 2024, ambos foram condenados a 26 anos e 8 meses de prisão pelo assassinato do contraventor Marcelo Diotti da Mata, ocorrido em 2018.

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