Corrupção em Rio Claro: MPSP faz operação em gabinete de vereador
O MP de São Paulo investiga o vereador Dalberto Christofoletti e empresários do setor artístico. A Justiça autorizou quebra de sigilo bancário e fiscal
Por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o Ministério Público (MPSP) deflagrou, nesta quinta-feira (6/2,) operação que cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete do vereador Dalberto Christofoletti (PSD), na Câmara Municipal de Rio Claro, e nas residências de empresários do setor artístico, no interior de São Paulo.
A iniciativa faz parte da investigação sobre um suposto esquema de desvio de recursos públicos na área cultural do município. O atual vereador foi Secretário de Cultura de 2021 a 2024. Segundo o MPSP, as apurações já revelaram indícios dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa e associação criminosa.
“Empresas foram criadas e contratadas sem licitação, recebendo valores da prefeitura sob a justificativa de fomentar a cultura municipal. No entanto, parte dos recursos retornou para a conta pessoal do vereador, evidenciando possível irregularidade”, destacou a instituição, em comunicado.
CORRUPÇÃO NO SETOR CULTURAL EM RIO CLARO
Conforme o MPSP, no total, a Prefeitura de Rio Claro efetuou pagamentos no montante de R$ 814.900 às empresas investigadas entre 2022 e 2024. A Justiça deferiu o sequestro de bens dos envolvidos com o objetivo de garantir o ressarcimento ao erário em caso de condenações futuras. Nesta quinta-feira (6/2), mandados de busca e apreensão em endereços estratégicos foram cumpridos, incluindo a residência dos investigados e o gabinete do vereador. Celulares, documentos e uma arma de fogo foram apreendidos. A Justiça deferiu também a quebra de sigilos bancário e fiscal de todos os envolvidos. Os dados serão recebidos e analisados. Intitulada Apropriação Cultural, a operação envolveu três promotores de Justiça, um analista jurídico e 20 policiais militares do 10º Batalhão de Ações Especiais (BAEP) de Piracicaba.
De acordo com documentos obtidos pelo Metrópoles, os donos das empresas investigadas são Antônio Aparecido Bispo Santos e Edna Maria Terto Brito Santos. Durante a apreensão, eles não foram encontrados em casa.
Dalberto Christofoletti foi eleito vereador em 2024. Anteriormente, foi Secretário de Cultura. A prefeitura de Rio Claro garantiu estar à disposição para colaborar com as investigações e ressaltou a importância da legalidade, moralidade e transparência no trato com a coisa pública, não compactuando com condutas que fujam desses princípios.
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