Operação cumpre mandados de prisão em Londrina contra suspeitos de envolvimento em protestos violentos após morte de jovens
Dois homens foram presos e quatro estão foragidos. Em visita a Londrina, governador Ratinho Junior disse que as investigações sobre a morte dos jovens durante abordagem policial devem ser isentas.
Uma operação cumpre oito mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva contra suspeitos de participarem de manifestações violentas em Londrina, no norte do Paraná. A ação, comandada pela Polícia Civil (PC-PR), Militar (PM-PR) e pela Guarda Municipal, ocorre nesta sexta-feira (21).
Os protestos aconteceram no domingo (16) e na segunda-feira (17) após a morte dos jovens Kelvin Willian Vieira dos Santos, de 16 anos, e Wender Natan da Costa Bento, de 20 anos, durante uma abordagem policial. Nas manifestações, avenidas foram bloqueadas com objetos incendiados, ônibus foram apedrejados e queimados e o transporte público ficou suspenso por aproximadamente oito horas.
No início da manhã desta sexta-feira, a polícia informou que dois suspeitos foram presos e quatro ainda continuam foragidos. No dia dos protestos, outros quatro suspeitos foram detidos em flagrante durante os protestos.
Durante o cumprimento dos mandados nesta sexta-feira, um terceiro suspeito foi preso por tráfico de drogas.
Conforme a polícia, um adolescente de 17 anos também se apresentou na delegacia e confessou ter arremessado a pedra que atingiu um profissional de uma emissora de televisão durante o protesto.
Os quatro suspeitos que ainda continuam foragidos tiveram as imagens divulgadas pela Polícia Civil. Eles possuem mandado de prisão preventiva pelos crimes de organização criminosa, roubo agravado e dano agravado.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) solicitou a ampliação das investigações sobre as mortes dos dois jovens. O pedido foi feito por meio da promotora de Justiça Susana Broglia Feitosa de Lacerda.
A RPC teve acesso a um documento que mostra que o pedido foi feito à Justiça no último domingo (16), um dia depois que os jovens morreram. A solicitação veio depois que as famílias das vítimas alegaram excesso por parte dos policiais. Elas disseram que os jovens não estavam cometendo crimes quando foram baleados.
Em nota, a Policia Militar disse que vai apurar o caso em um Inquérito Policial Militar (IPM), “reafirmando seu compromisso com a legalidade e os protocolos da atividade policial”.
A Secretaria de Segurança Pública (Sesp) também se pronunciou dizendo que, por se tratar de uma ocorrência envolvendo Militares Estaduais em serviço, a Polícia Militar está investigando o confronto e a Policia Civil instaurou inquérito para apurar a conduta dos civis envolvidos na ocorrência.
Em entrevista à RPC, Claudio Esteves, procurador da Justiça, informou que o MP-PR está coletando evidências e espera receber mais informações para avaliar a situação. Ele não descarta a possibilidade do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime (Gaeco) realizar uma investigação direta.
A Polícia Civil orienta a população que qualquer informação sobre os foragidos, podem ser repassadas de forma anônima pelo telefone 181 do Disque-Denúncia.