A segunda fase da Operação Falsus foi desencadeada nesta terça-feira (26) e resultou no cumprimento de 35 mandados de busca e 11 mandados de prisão em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. A Polícia Civil da comarca de Presidente Prudente está investigando um grupo suspeito de desviar mais de R$ 10 milhões em cargas de grãos na cidade de Iepê. Conforme informações da corporação, o grupo teria como modus operandi subtrair cargas valiosas por meio de contratações de frete fraudulentas e falsificação de boletins de ocorrência.
As investigações revelaram que as cargas desviadas, em sua maioria trigo, farinha e soja em grãos, eram destinadas a serem comercializadas ilegalmente. Entre os envolvidos no crime estão duas advogadas residentes em Assis, que são investigadas por lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Os mandados foram cumpridos em municípios como Campo Grande, Londrina, Ipaussu, Itapeva, Santa Cruz do Rio Pardo, Taquarituba, entre outros, incluindo Assis.
O grupo criminoso agia de forma estruturada, recrutando motoristas e veículos da organização para realizar os desvios das cargas identificadas em plataformas online de frete. Os membros simulavam roubos nas estradas paulistas para encobrir os desvios e posteriormente enviavam as cargas para diferentes empresas. A investigação teve início em Iepê após o sumiço de cargas de soja que não chegaram ao seu destino em Osvaldo Cruz.
Outros desvios de grãos foram identificados nas cidades de Nantes, Cruzália, Araras, Cândido Mota, Santo André, Borborema, Itapetininga, Campinas, Maracaí, Guaíra, Santópolis do Aguapeí, São Paulo, Jataí, Mato Grosso do Sul e Paraná. A Polícia Civil contou com a participação de 150 agentes e 34 viaturas, além do apoio de policiais de outros estados. A primeira fase da operação, ocorrida em março, resultou na prisão de sete pessoas e cumprimento de mandados em diversas localidades.
A complexidade do esquema criminoso envolvido na Operação Falsus demonstra a necessidade de intensificar os trabalhos de combate a desvios de cargas e lavagem de dinheiro. O prejuízo causado pelo grupo ultrapassa os R$ 10 milhões, evidenciando a importância de ações coordenadas entre as forças policiais estaduais. As empresas receptoras das cargas desviadas também estão sendo alvo de investigações, visando coibir a receptação de produtos ilícitos. A colaboração entre diferentes órgãos de segurança é fundamental para o sucesso das operações contra o crime organizado.