Operação Fauna Protegida: Dois presos por tráfico de aves silvestres

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Homem apontado como um dos maiores traficantes de animais silvestres do Brasil é
preso na Bahia

Suspeito foi preso durante a “Operação Fauna Protegida”, que aconteceu em
Salvador e na cidade de Mascote, no extremo sul da Bahia. Outro homem também foi
preso durante a ação.

Duas pessoas são presas em operação de combate ao tráfico de aves silvestres

Um homem, apontado pelo Ministério Público da Bahia (MPBA) como um dos maiores
traficantes de animais silvestres do Brasil, foi preso, nesta sexta-feira (5),
durante uma ação da “Operação Fauna Protegida” em Mascote, cidade do extremo sul do
estado. Outro suspeito, que atuava como um fornecedor de animais, foi preso em
Salvador, onde a ação também aconteceu.

Conforme informações do MPBA, o homem preso em Mascote é investigado por liderar
uma organização criminosa de alcance interestadual. Ele atuava como traficante
de animais silvestres há pelo menos 20 anos.

“Nós entendemos que ele fazia parte de uma cadeia criminosa verdadeiramente
profissional. Que agia não só no estado da Bahia, mas em todo o território
brasileiro. Nós estamos numa linha investigativa há mais de quatro meses”,
afirmou Augusto César Matos, promotor e coordenador do Centro de Apoio de
Defesa do Meio Ambiente.

O MPBA não revelou o nome do suspeito, mas a TV Bahia apurou que o preso se
trata de Weber Sena Oliveira, conhecido como “Paulista”. Ainda conforme a TV
Bahia, o segundo suspeito preso nesta sexta-feira foi identificado como
Josevaldo Moreira Almeida, conhecido como “Galego”.

A operação foi realizada em conjunto pelos Ministérios Públicos da Bahia e
Alagoas, bem como a Polícia Militar (PM). Durante a ação, foram
resgatados centenas de pássaros de diferentes espécies e vários galos utilizados
em brigas clandestinas.

A cada quatro animais traficados, apenas um sobrevive, dado que revela o
sofrimento e maus-tratos sofridos pelos espécimes. Os animais resgatados serão
encaminhados para centros de reabilitação, onde passarão por exames e
tratamentos até poderem ser devolvidos à natureza.

COMO O GRUPO CRIMINOSO ATUAVA

Ainda segundo o MPBA, a organização criminosa era divida em quatro núcleos
operacionais:

Captadores e fornecedores: Responsáveis pela caça ilegal dos animais
silvestres;
Transporte: Levavam os animais das áreas rurais da Bahia até os pontos de
comercialização;
Financeiro: Responsáveis por lavar o dinheiro adquirido da venda ilegal dos
animais;
Receptadores: Ficavam principalmente em Salvador e adquiriam os animais.

Para a Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente,
parte da cadeia do tráfico de animais silvestre permanece devido ao
comportamento da sociedade diante do crime, principalmente se a população segue
comprando esses animais. Ainda segundo o MPBA, algumas espécies de pássaros
chegavam a ser comercializadas pelo grupo por até R$ 80 mil.

“O tráfico de animais silvestres hoje é visto de forma quase folclórica, muito
associado aquele animal silvestre como pet. Na realidade esse tráfico está
associado a muitos crimes correlatos como fraudes, falsificações, às vezes até a
organizações criminosas”, pontuou Luciana Imaculada de Paula, promotora e
coordenadora do Projeto Libertas.

Os presos podem responder a tráfico de animais, maus-tratos, receptação, lavagem
de dinheiro e associação criminosa. Juntas, as penas podem chegar a 25 anos de
prisão.

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