A Operação Firewall, realizada pela 126ª DP (Cabo Frio), teve como alvo hackers que invadiam sistemas de administração pública para beneficiar membros do Comando Vermelho. A investigação, iniciada em julho, revelou que os criminosos ofereciam a remoção de mandados de prisão mediante pagamento de R$ 3 mil, além de ocultar multas e débitos de IPVA. Todas as transações envolviam referências diretas ao CV, de acordo com a Polícia Civil.
Os agentes executaram mandados de prisão e busca e apreensão no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, contando com o apoio da Polícia Militar e da Polícia Civil de ambos os estados. Até o momento, três pessoas já foram presas. As investigações apontam que os hackers utilizavam VPN com senhas dos servidores judiciais para acessar o sistema do BNMP e alterar dados que dificultavam a localização dos mandados de prisão. Além disso, eles ameaçavam emitir novos mandados contra os contratantes que se recusassem a pagar.
Para desarticular a quadrilha, as equipes identificaram os responsáveis pelas postagens nas redes sociais e rastrearam o fluxo financeiro até chegarem aos demais envolvidos. Descobriram que a namorada de um suspeito facilitava a movimentação do dinheiro por meio de sua conta bancária, estabelecendo conexões com criminosos de Minas Gerais. O líder do esquema, que trabalhava com certificados digitais, conseguia apagar mandados de prisão e oferecer os serviços a terceiros.
Esse indivíduo, preso anteriormente por violação do segredo profissional, associação criminosa e estelionato, era capaz de quebrar autenticações em duas etapas, alterar certificados digitais e emitir alvarás judiciais de forma fraudulenta. As investigações apontam que não houve participação de servidores públicos no crime, sendo estes considerados vítimas de roubo de dados de login e senha. A Operação Firewall continua em andamento, com a Polícia Civil empenhada em desmantelar essa rede criminosa.




