Operação Hagnos prende 108 suspeitos de violência contra crianças e adolescentes no Ceará

Operação prende 108 suspeitos de violência contra crianças e adolescentes em um mês no Ceará. A operação ainda resultou em nove apreensões de adolescentes. Uma operação prendeu 108 suspeitos de violência contra crianças e adolescentes durante novembro no Ceará. A Operação Hagnos aconteceu de 1º a 29 de novembro de 2024, em todo o país, sob a coordenação do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

No Ceará, a operação foi supervisionada pela Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional (Copol) da SSPDS. Os trabalhos realizados na operação ainda contaram com apoio de representantes do Conselho Tutelar dos municípios. As capturas aconteceram em municípios como Fortaleza, Caucaia, Juazeiro do Norte, Horizonte, Saboeiro, Senador Pompeu, Barbalha, Pedra Branca, Jijoca de Jericoacoara, entre outros.

Além das prisões em flagrantes, foram realizadas outras prisões por meio de mandados de prisão. A operação ainda resultou em nove apreensões de adolescentes. Em Paraipaba, uma arma de fogo e munições foram apreendidas. Além de prisões e apreensões, as ações coordenadas pela Copol/SSPDS, sob a diretriz do MJSP, também tiveram a finalidade de prevenção aos crimes. Para isso, foram realizadas 171 ações educativas como palestras em escolas, panfletagem e em mídias digitais.

O trabalho de prevenção alcançou 7.865 pessoas em todo o Estado, sendo a maior parte, 5.837 participantes de palestras orientadas por profissionais da Segurança Pública.

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Periquito-cara-suja reintroduzido na Caatinga após 114 anos: marco histórico para conservação energizará turismo ecológico.

Depois de 114 anos desaparecida, espécie de periquito ameaçado retorna a área de
Caatinga

Periquito-cara-suja é considerado o psitacídeo mais em risco de extinção no
Brasil.

1 de 6 18 exemplares do ameaçado periquito-cara-suja foram reintroduzidos na
Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), no Ceará — Foto: Arnaldo Dantas

18 exemplares do ameaçado periquito-cara-suja foram reintroduzidos na Reserva
Natural Serra das Almas (RNSA), no Ceará — Foto: Arnaldo Dantas

Após mais de um século sem registros da espécie na região do Planalto da
Ibiapaba, entre os municípios de Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI), 18
exemplares do ameaçado periquito-cara-suja (Pyrrhura griseipectus) foram
reintroduzidos na Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), no Ceará, na madrugada
desta quinta-feira (12).

De acordo com Fábio Nunes, biólogo da Aquasis, o retorno da espécie ao seu
habitat natural é considerado um marco histórico e ecológico, e simboliza uma
reparação ambiental e uma vitória para a conservação da biodiversidade
brasileira.

“A reintrodução do periquito-cara-suja pode gerar diversos impactos positivos,
como incentivar a conservação no entorno da reserva, fomentar o turismo
ecológico e abrir caminho para a reintrodução de outras espécies no futuro”.

A Reserva Natural Serra das Almas já se tornou um refúgio para espécies que
retornaram naturalmente, como a paca, o tatu-bola e o guariba-da-caatinga. No
entanto, espécies localmente extintas pela ação humana, como o cara-suja, as
emas e as araras, necessitam de intervenções diretas para que possam voltar ao
seu habitat.

2 de 6 Os periquitos-cara-suja foram soltos na Reserva Natural Serra das Almas
(RNSA), uma das áreas de maior relevância para a conservação ambiental no Ceará
— Foto: Samuel Portela

Os periquitos-cara-suja foram soltos na Reserva Natural Serra das Almas (RNSA),
uma das áreas de maior relevância para a conservação ambiental no Ceará — Foto:
Samuel Portela

A iniciativa faz parte do projeto Refaunar Arvorar, desenvolvido pelo Parque
Arvorar, em parceria com as ONGs Associação Caatinga e Aquasis, que já
reintroduziu outras aves, como a jandaia-verdadeira (Aratinga jandaya). A ação
também integra o Plano de Ação Nacional para Conservação das Aves da Caatinga,
liderado pelo Ministério do Meio Ambiente, que busca proteger espécies nativas
em risco.

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E PREPARO PARA A REINTRODUÇÃO

Antes da reintrodução, os 18 periquitos passaram por avaliações conduzidas por
biólogos, veterinários e zootecnistas para garantir sua saúde e adaptação ao
ambiente.

3 de 6 Retorno da espécie ao seu habitat natural é considerado um marco
histórico e ecológico — Foto: Roni Vasconcelos

Retorno da espécie ao seu habitat natural é considerado um marco histórico e
ecológico — Foto: Roni Vasconcelos

Os indivíduos foram selecionados com base em critérios utilizados na soltura
realizada na Serra da Aratanha, em 2022, o que inclui:
* Pertencerem a grupos familiares de vida livre, garantindo coesão social e
melhor adaptação ao ambiente;
* Estarem habituados ao uso de caixas-ninho para dormir, facilitando o manejo;
* Já terem sido previamente treinados para utilizar comedouros, o que contribui
para o processo de aclimatação e soltura gradual.

“Esses processos são essenciais para garantir a sobrevivência dos animais no
habitat natural e minimizar riscos, como predadores e doenças”, explica.

4 de 6 Aves passaram cinco meses em recintos de aclimatação dentro da reserva,
período essencial para que se familiarizassem com o ambiente — Foto: Roni
Vasconcelos

Aves passaram cinco meses em recintos de aclimatação dentro da reserva, período
essencial para que se familiarizassem com o ambiente — Foto: Roni Vasconcelos

As aves passaram cinco meses em recintos de aclimatação dentro da reserva, um
período essencial para que se familiarizassem com o ambiente, criassem
identificação com o local e fortalecessem os laços do grupo familiar. Esse
preparo aumenta as chances de permanência na área e a sobrevivência após a
soltura.

“Esse tempo é crucial para o primeiro grupo, pois ajuda a consolidar a área
como habitat. Para futuras solturas, o tempo de aclimatação será reduzido, já
que os próximos bandos terão a referência do grupo pioneiro”, reforça Fábio.

Outros três periquitos, apreendidos pelo IBAMA e acolhidos no Parque Arvorar,
serão translocados para a reserva, onde passarão por um período de aclimatação
antes de serem soltos definitivamente.

SERRA DAS ALMAS: REFÚGIO PARA A BIODIVERSIDADE

Os periquitos-cara-suja foram soltos na Reserva Natural Serra das Almas (RNSA),
uma das áreas de maior relevância para a conservação ambiental no Ceará.

A reserva, localizada entre os municípios de Crateús (CE) e Buriti dos Montes
(PI), possui 6.285 hectares de vegetação preservada e é reconhecida pela UNESCO
como o primeiro Posto Avançado da Biosfera no estado.

5 de 6 Reserva Natural Serra das Almas (RNSA) fica localizada entre os
municípios de Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI) — Foto: Fernanda Machado/TG

Reserva Natural Serra das Almas (RNSA) fica localizada entre os municípios de
Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI) — Foto: Fernanda Machado/TG

Além de abrigar espécies ameaçadas de extinção, como o próprio
periquito-cara-suja, a Serra das Almas desempenha um papel crucial na manutenção
de serviços ecossistêmicos, como a proteção de nascentes e a preservação do
bioma caatinga.

ARVORAR: CIÊNCIA E EDUCAÇÃO PARA A CONSERVAÇÃO

O parque temático Arvorar, inaugurado no último dia 6, tem como principal foco a
educação e a conservação ambiental. Além de abrigar projetos como o Refauna
Arvorar, o espaço promove atividades voltadas para o engajamento comunitário e a
conscientização sobre a importância da fauna e flora locais.

6 de 6 Parque Arvorar tem como principal foco a educação e a conservação
ambiental — Foto: Arnaldo Dantas

Parque Arvorar tem como principal foco a educação e a conservação ambiental —
Foto: Arnaldo Dantas

Com a soltura dos periquitos-cara-suja, o projeto reforça sua missão de resgatar
espécies ameaçadas e contribuir para a recuperação do equilíbrio ecológico da
caatinga. A iniciativa promete inspirar novas ações de conservação no Brasil e
no mundo.

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