Presa quadrilha por falsificação e venda de agrotóxicos e lavagem de dinheiro

A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO), por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (Dercr), deflagrou uma Operação Hananias que investiga a ação de um grupo criminoso envolvido na falsificação e venda de agrotóxicos e ainda lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada com a utilização de notas fiscais frias.

A operação mobilizou 30 policiais e teve objetivo cumprir dez prisões temporárias (sete foram cumpridos), 20 buscas domiciliares, sequestro de valores, veículos e uma aeronave. As ordens judiciais foram cumpridas em Goiás, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Maranhão. Também foi cumprido sequestro de bens e valores em altas cifras, além de uma aeronave e veículos.

Os alvos são empresas e residências dos investigados que integram a organização criminosa em Itumbiara (GO), Franca (SP), Jundiaí (SP), Cascavel (PR), Caeté (MG), Varginha (MG) e Bacabau (MA). A ação conjunta contou com apoio operacional das polícias do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Maranhão, além do Corpo de Bombeiros Militares do Estado de Goiás.

Avião

Dentre as apreensões, está uma aeronave apreendida em um hangar no aeroporto de Jundiaí (SP), avaliada em cerca de R$ 10 milhões. O avião está registrado em nome de uma pessoa jurídica, possivelmente em nome de terceiros que não teriam condições financeiras para manter a aeronave e as propriedades rurais da empresa. A aeronave apreendida foi depositada judicialmente ao Corpo de Bombeiros Militares do Estado de Goiás, para ser utilizada no salvamento de vidas.

Já em Varginha (MG), foi apreendido R$ 175.000,00 em espécie e escondido no interior de um sofá da residência de um dos investigados, que é guarda municipal e não soube aclarar a procedência dos valores encontrados em sua residência. A Dercr prossegue com o propósito de identificar além de outros indivíduos identificados com o grupo criminoso, a procedência dos bens apreendidos em poder dos investigados e também a verdadeira origem da empresa responsável pela aeronave.

A operação foi denominada Hananias, o profeta bíblico do livro de Jeremias 28, conhecido como um falso profeta. Segundo a PC-GO, no decorrer das investigações foi identificado que um pastor possuía atuação consistente na associação criminosa, o que resultou com transferências milionárias para contas bancárias de sua empresa, com o propósito esconder valores da prática deste comércio ilegal e de outros delitos que serão analisados.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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