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Operação Hermes prende dois investigados por estelionato via internet; vítimas tiveram prejuízo de 300 mil reais

A equipe de policiais civis da 17ª Delegacia Distrital de Polícia (DDP) deflagrou, nessa quarta-feira (8), a Operação Hermes. Durante a operação foram cumpridos um mandado de prisão temporária contra Ana Carolayne Rodrigues dos Santos (cujo apelido é “magrela”) e outro mandado de prisão preventiva contra Chrisley Ferreira Santos, vulgo “Morcego”.

Os presos são suspeitos de integrar uma associação criminosa comandada de dentro da Casa de Prisão Provisória (CPP) por Antônio Carlos Godoy de Paula, vulgo “Toninho” ou “Godoy”, que faleceu. A organização praticou estelionatos em Goiânia e no interior do Estado entre novembro de 2018 e fevereiro de 2019, depois que Antônio foi posto em liberdade. Além de mentor intelectual, ele mantinha o controle das ações dos demais coautores, repartindo entre eles as funções.

A investigação descobriu que Chrisley Ferreira Santos era o responsável pelo transporte das estelionatárias e pela posterior entrega dos bens locupletados aos receptadores finais. Ana Carolayne Rodrigues dos Santos (esposa de “Toninho”), Daniela Alves Ribeiro (vulga “Dani”), Scarlett Lorrayne Nunes do Nascimento, Jacilene Alves da Costa e Tuanny Jaciara Marques Silva, eram as responsáveis pela recepção dos bens, para que, depois, “Toninho” renegociasse as receptações posteriores. Com exceção de Carolayne e Chrisley, as demais integrantes da associação não foram localizadas pela polícia.

Sobre o golpe

As vítimas anunciavam seus produtos por meio do aplicativo de compra e venda direta em um site especializado, ao passo que “Toninho” se apresentava como médico, odontólogo ou empresário e iniciava a negociação com a vítima. Convencida de que realmente estava falando, por telefone ou pelo aplicativo whatsapp, com alguém interessado na aquisição do bem e de aparente moral ilibada, a vítima se dirigia ao local combinado na hora acertada para mostrar o produto. O mentor, então, por estar recluso na CPP, alegava à vítima que estava em um “compromisso”, numa “consulta” ou num “procedimento de emergência”, razão pela qual enviaria em seu lugar sua “prima”, “cunhada” ou uma “funcionária”, geralmente de nome “Morgana”, “Larissa”, “Amanda” ou “Gabi”, para avaliar o estado do bem e autorizar a “transferência” bancária.

Após receber o aval positivo das estelionatárias, que se revezavam no engodo, sozinhas ou em dupla, munido dos dados bancários fornecidos pela vítima, um comprovante falso era “montado” e transmitido para o celular da vítima ou de uma das estelionatárias. As vítimas, acreditando que o comprovante era idôneo, entregavam seus bens, percebendo que nenhum depósito fora efetivado em suas contas horas ou dias depois da entrega. Os objetos preferidos da “quadrilha” eram: smartphones avaliados entre R$ 3.000,00 e R$ 5.000,00; joias diversas, no valor médio de R$ 3.000,00; além de animais de estimação, cujos valores mínimos anunciados eram entre R$ 2.500,00 a R$ 5.000,00.

Ao catalogar os bens “apropriados” pela associação criminosa, considerando só valores de venda por eles confessado, o “lucro” obtido no esquema chegaria ao menos a R$ 160.000,00. Já o prejuízo estimado às vítimas é de cerca de R$ 300.000,00. A Polícia Civil já identificou 15 vítimas dos golpes. Com a divulgação das imagens dos envolvidos, acredita que esse número possa aumentar.
O nome da operação faz referência ao deus grego Hermes, filho de Zeus e da ninfa Maia. Na mitologia grega, Hermes era o mensageiro dos deuses, mas também era conhecido por enganar e trapacear outras pessoas, como seu irmão Apolo.