Operação Ícaro: Justiça mantém prisão de lobista na Ultrafarma por risco de destruição de provas

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Caso Ultrafarma: Justiça mantém prisão de empresário apontado como lobista do
esquema por risco de destruição de provas

Celso Eder Gonzaga de Araújo, empresário investigado na Operação Ícaro, é
apontado como lobista e operador financeiro do esquema que teria movimentado
mais de R$ 1 bilhão em propinas na Secretaria da Fazenda do Estado.

A Justiça de São Paulo [https://DE.DE.DE/cidade/sao-paulo/]
decidiu manter a prisão preventiva de Celso Eder Gonzaga de Araújo, empresário
investigado na Operação Ícaro, apontado como lobista e operador financeiro do
esquema que teria movimentado mais de R$ 1 bilhão em propinas na Secretaria da
Fazenda do Estado.

Segundo o Tribunal de Justiça (TJ-SP), a medida é necessária para evitar
destruição ou manipulação de provas e garantir a continuidade das investigações.
O pedido de habeas corpus apresentado pela defesa foi negado.

Na decisão, o tribunal destacou que o esquema criminoso investigado é complexo e
envolve vários integrantes. Para os desembargadores, em liberdade, Celso poderia
ocultar provas, apagar vestígios ou até mesmo contatar outros suspeitos.

A manutenção da prisão também foi considerada importante para preservar a ordem
pública e garantir a aplicação da lei penal.

Celso foi preso preventivamente em 12 de agosto de 2025, na Operação Ícaro. As
investigações apuram crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro, envolvendo
empresas como Fast Shop e Ultrafarma e auditores fiscais da Secretaria da
Fazenda de SP.

Na casa do empresário e de sua esposa, Tatiane da Conceição Lopes, a polícia
encontrou dinheiro em espécie (reais, dólares e euros), pedras preciosas e
máquinas de contar cédulas. Para o Ministério Público, os valores e os bens são
indícios de lavagem de dinheiro e de possível preparação para fuga.

Celso também já foi alvo da Operação Ouro de Ofir, da Polícia Federal, e
responde a processos por estelionato e organização criminosa no Mato Grosso do
Sul.

A defesa pediu a revogação da prisão, alegando falta de fundamentos, condições
pessoais favoráveis (como ser réu primário e pai de três filhos) e problemas de
saúde. Os advogados solicitaram a substituição da prisão preventiva por prisão
domiciliar ou medidas alternativas.

O tribunal, no entanto, entendeu que não há comprovação de que o empresário não
possa receber tratamento médico dentro da unidade prisional. Também ressaltou
que condições pessoais não afastam a prisão preventiva quando existem riscos
para a investigação.

CGE e MP de São Paulo fazem reunião sobre o caso Ultrafarma

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O Ministério Público acusou auditores e a mãe de um fiscal por envolvimento no
esquema de corrupção na Secretaria da Fazenda e lavagem de dinheiro que desviou
ao menos R$ 63,6 milhões dos cofres públicos entre 2021 e 2022.

A Justiça aceitou a denúncia do MP na íntegra e tornou réus as seguintes
pessoas:

* Artur Gomes da Silva Neto, auditor fiscal: por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro. Está preso;
* Kimio Mizukami da Silva, mãe de Artur e dona formal da Smart Tax, empresa de
fachada usada para receber propina: por lavagem de dinheiro. Cumpre medidas
cautelares;
* Marcelo de Almeida Gouveia, auditor fiscal: por corrupção passiva. Está
preso;
* Fatima Regina Rizzardi, auxiliar de Artur: por corrupção passiva. Cumpre
medidas cautelares;
* Maria Herminia de Jesus Santa Clara, auxiliar de Artur: por corrupção
passiva. Cumpre medidas cautelares;
* Celso Eder Gonzaga de Araújo, casado com Tatiane e operador do esquema: por
lavagem de dinheiro. Está preso;
* Tatiane da Conceição Lopes, casada com Celso e operadora do esquema: por
lavagem de dinheiro. Está em prisão domiciliar.

De acordo com o Ministério Público, os fiscais Artur Neto e Marcelo de Almeida
Gouveia recebiam propina para agilizar e inflar ressarcimentos de créditos de
ICMS devidos à Fast Shop, entre outras empresas.

O pagamento era feito por meio da empresa Smart Tax, registrada em nome de Kimio
Silva, mãe de Artur Neto. Segundo os promotores, era uma empresa usada apenas
para disfarçar o dinheiro ilícito.

As investigações apontam que contratos simulados e notas fiscais frias foram
utilizados para justificar os repasses milionários. O valor pago em propina era
depois incorporado aos créditos fiscais da Fast Shop que, além de recuperar os
recursos, ainda revendia parte desses créditos a outras empresas.

No esquema, segundo as investigações, Artur atuava facilitando e fraudando o
processo de ressarcimento de créditos tributários — especificamente o ICMS —
para grandes empresas varejistas como Ultrafarma e Fast Shop em troca de
propina.

Segundo o MP, Artur coletava a documentação necessária, acelerava a aprovação
dos pedidos para esse ressarcimento, e garantia que eles não fossem revisados
internamente. Em alguns casos, os valores liberados eram maiores que os devidos,
e o prazo para pagamento, reduzido.

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