A Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Ignota na terça-feira (21) com o objetivo de investigar o desvio de canetas emagrecedoras de Mounjaro que foram apreendidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, no Galeão. Um servidor foi preso e uma médica é alvo da investigação, suspeita de adquirir parte desses medicamentos.
Os agentes cumpriram 3 mandados de busca e apreensão em uma clínica de estética na Barra da Tijuca e na residência da médica, localizada na Zona Sudoeste do Rio. Além disso, houve buscas realizadas em São Gonçalo. A operação é um desdobramento de uma investigação iniciada em agosto, quando o servidor da Anvisa foi detido ao deixar o Galeão com frascos de Mounjaro.
Segundo a PF, a investigação teve início devido ao aumento expressivo de apreensões de remédios para emagrecimento na fiscalização aeroportuária, que eram importados clandestinamente e desviados para serem comercializados em clínicas médicas. O marido da médica tentou trazer do exterior 80 canetas sem receita, o que chamou atenção da Receita Federal. Na época, o Mounjaro só estava autorizado para tratamento de diabetes.
As canetas eram vendidas de forma irregular, com valores diferentes dependendo da validade, sendo que as dentro do prazo custavam mais, e as vencidas eram oferecidas com desconto. O Mounjaro é um medicamento que requer receita, com requisitos rigorosos de armazenamento, transporte e aplicação, representando um risco para a saúde pública quando importado clandestinamente.
Os investigados poderão responder por crimes de importação e venda de medicamento de procedência desconhecida, bem como por receptação qualificada. Em junho, a tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, foi aprovada pela Anvisa para o tratamento da obesidade, desde que associada a pelo menos uma comorbidade.
A tirzepatida age no controle da taxa de açúcar no sangue e do peso dos pacientes. A aplicação do medicamento é injetável e semanal, disponível em doses de 2,5 mg e 5 mg. A caixa com 4 canetas pode chegar a custar até R$ 2,3 mil, dependendo da concentração e da adesão ou não ao programa do fabricante. A tirzepatida é a primeira medicação aprovada capaz de atuar nos receptores hormonais responsáveis pelo controle do apetite.
É importante ressaltar a importância de seguir as recomendações médicas e adquirir medicamentos apenas de fontes confiáveis, a fim de garantir a segurança e eficácia do tratamento. A PF continuará investigando o desvio de medicamentos e atuando para coibir práticas ilegais que representem riscos à saúde pública.




