Operação investiga venda irregular de terrenos no Daia

A Polícia Civil realiza, nesta manhã, 23, uma operação que investiga a venda irregular de terrenos públicos do Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), pertencentes à Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego). Ao todo, são cumpridos dez mandados de busca e apreensão, sendo nove em Goiânia e um em Anápolis.

De acordo com a Polícia Civil, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, da ex-mulher dele, Andressa Mendonça, e de outros locais relacionados a eles. Em nota, a polícia informou que os mandados foram cumpridos em seis residências, duas empresas e um na Codego. Foram apreendidos documentos, computadores e equipamentos eletrônicos.

São investigados quatro funcionários públicos e quatro empresários. Eles são suspeitos de alienação de bem público, associação criminosa, supressão de documento público e falsidade ideológica. Segundo a polícia, a operação é um complemento de outras já realizadas neste ano para investigar irregularidades em um contrato feito entre a Codego e a empresa ETS Importação e Exportação, que tem como proprietário Matheus Henrique Aprígio Ramos, filho de Cachoeira.

A Codego informou que colabora com as investigações e que os mandados de busca foram em busca de informações de gestões anteriores. “A atual direção da Codego preza pela transparência e continuamente vem fortalecendo os seus departamentos de controle interno e compliance. Aliado a esse trabalho, a companhia investe na contratação de uma auditoria independente que executará uma ampla revisão dos procedimentos e contratos anteriores”, diz o comunicado.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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