Operação Kairós desarticula quadrilha de anabolizantes clandestinos no Rio de Janeiro: mais de R$ 80 milhões movimentados.

A Polícia Civil e o Ministério Público estão realizando uma operação conjunta para desarticular uma quadrilha especializada na fabricação e na comercialização de anabolizantes clandestinos. A operação, denominada Kairós, tem como alvo principal Miguel Barbosa de Souza Costa Júnior, conhecido como Boss, e sua esposa, que foram encontrados em uma mansão em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A ação visa combater a venda de anabolizantes contendo substâncias tóxicas e nocivas, como repelentes de insetos, fabricados sem fiscalização.

Durante as investigações, as marcas Next Pharmaceutic, Thunder e Plus Suplementos foram identificadas como parte do conglomerado envolvido na venda ilegal de anabolizantes. A quadrilha investia em grandes eventos de fisiculturismo, patrocinando atletas profissionais e remunerando influenciadores digitais para alavancar as vendas. A denúncia feita pelo Ministério Público aponta a participação de 23 pessoas no esquema, com mais de 50 envolvidos no total.

A operação foi dividida em duas fases, sendo a primeira focada nos produtores e vendedores de anabolizantes. A segunda fase terá como objetivo identificar a participação de influenciadores do ramo do fisiculturismo que eram contratados para promover os produtos ilegais em suas redes sociais. Segundo o delegado Luiz Henrique Pereira, titular da 76ª DP, a movimentação financeira do grupo criminoso ultrapassou os R$ 80 milhões, com prejuízos superiores a R$ 500 mil aos envolvidos.

Operadores financeiros do bando foram identificados, facilitando a circulação de quantias milionárias e dificultando investigações. A Justiça determinou o bloqueio das contas bancárias dos envolvidos e a retirada do ar dos sites que comercializavam os anabolizantes ilegais. A ação resultou na prisão de 12 pessoas e no cumprimento de mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em Brasília, com o apoio da Coordenação de Repressão às Drogas da Polícia Civil do Distrito Federal.

Os denunciados enfrentarão acusações de associação criminosa, crime contra a saúde pública e crimes contra o consumidor. As investigações continuam para identificar revendedores, influenciadores e atletas patrocinados pelo grupo criminoso, com promessas de pagamentos mensais acima de R$ 10 mil pela promoção da marca. A operação visa combater o comércio ilegal de anabolizantes e proteger a saúde pública dos consumidores.

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