Operação Megaoperação Contenção: PMs descrevem táticas de guerra e traje camuflado em confronto com até 800 criminosos.

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‘Homens-planta do tráfico’: PMs da megaoperação dizem que até 800 criminosos
estavam no confronto e tinham roupa com camuflagem 3D

Depoimentos ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) relatam o uso de táticas de guerra, trajes ‘ghillie’ e drones por traficantes na Serra da Misericórdia; operação durou mais de 17 horas e teve mais de 120 mortos.

Traficantes com roupas camufladas do tipo ghillie — Foto: Reprodução

Oficiais da Polícia Militar relataram ao MPRJ que até 800 criminosos fortemente armados participaram dos confrontos durante a Megaoperação Contenção, realizada em 28 de outubro nos complexos da Penha e do Alemão.

Nos depoimentos, obtidos pelo DE, os militares disseram que os traficantes atuaram de forma coordenada, com uso de drones e roupas camufladas do tipo ghillie. Em um dos vídeos de monitoramento da polícia, é possível ver pelo menos 2 traficantes com os acessórios.

Trajes ghillie são altamente camuflados e transformam quem os usa em um “homem-planta”. Entre os diferentes modelos, há vestes cobertas por réplicas de folhagens, grandes capas no tom da vegetação e uniformes com franjas.

Geralmente, atiradores de elite usam o ghillie para se camuflar em áreas de mata. Esse traje foi citado pelo capitão Jansen Jonathas de Albuquerque Ferret, do Bope, que considerou um “alto grau de organização e treinamento”. Já o coronel Ranulfo Souza Brandão Filho, subsecretário de Gestão Operacional da PM, declarou que havia entre 500 e 800 homens armados nos complexos e que o confronto foi de “alta letalidade esperada”.

Os depoimentos também revelam que a operação, planejada para durar cerca de 6 horas, se estendeu por mais de 17 horas de tiroteios contínuos. Segundo o comandante do Bope, tenente-coronel Marcelo de Castro Corbage, “não houve um minuto sem troca de tiros”. Promotores do MPRJ apontam que as declarações reforçam a necessidade de apurar o grau de preparo e a estrutura bélica das facções que atuam nas comunidades, bem como o uso proporcional da força pelas polícias durante a ação.

A Megaoperação Contenção terminou com 121 mortos, entre eles 4 policiais.

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