Operação Mercado Oculto: Donos de supermercado no DF são investigados por fraude de R$ 68 milhões

Donos de mercado no Distrito Federal estão sendo investigados por uma fraude milionária, no valor de R$ 68 milhões. A família que é proprietária de um supermercado na região de Ceilândia fazia parte de um esquema criminoso organizado voltado para a sonegação fiscal. A Operação Mercado Oculto, realizada pela Polícia Civil do DF, através da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária, foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (5/12) para desarticular o grupo.

De acordo com as investigações, membros de uma mesma família, que são donos de um supermercado em Ceilândia, faziam parte do esquema criminoso de sonegação fiscal. A ação da Polícia Civil do Distrito Federal resultou na execução de 11 mandados de busca e apreensão nas regiões de Ceilândia, Vicente Pires, Taguatinga, todas no DF, e também na cidade de Porto Seguro, na Bahia. Isso demonstra a abrangência do esquema fraudulento articulado pela família.

Para tentar recuperar parte do prejuízo aos cofres públicos e desarticular o grupo criminoso, foi determinado judicialmente o sequestro de cerca de R$ 68 milhões. Além disso, foram bloqueados 52 veículos, três embarcações e 48 imóveis, inclusive um complexo hoteleiro em Porto Seguro, além do próprio local onde o supermercado alvo das investigações está sediado. Essas medidas visam combater a prática ilícita e coibir novas ações criminosas.

É importante que a sociedade acompanhe de perto as ações de combate à corrupção e à sonegação fiscal. Denúncias e sugestões de reportagens sobre o Distrito Federal podem ser feitas através do WhatsApp do Metrópoles DF, no número (61) 9119-8884. Ficar informado sobre as notícias que impactam a região é essencial para uma atuação cidadã consciente e engajada na busca por um ambiente mais ético e transparente na gestão pública.

Os desdobramentos dessa operação revelam a importância de promover a transparência e a integridade nos negócios e nas relações comerciais. O combate à sonegação fiscal e a outras práticas ilegais contribui para o fortalecimento das instituições e para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. É fundamental que as autoridades continuem atuando de forma firme e eficaz no combate a esses crimes, garantindo a punição dos responsáveis e a recuperação dos recursos desviados ilegalmente.

Os impactos da Operação Mercado Oculto ressaltam a importância da fiscalização e do monitoramento constante das atividades econômicas, para prevenir e combater atos ilícitos. A atuação das autoridades competentes é essencial para coibir práticas fraudulentas e garantir a lisura e a legalidade no ambiente de negócios. A sociedade civil também desempenha um papel fundamental ao denunciar atividades suspeitas e colaborar com as investigações, promovendo a ética e a transparência nas relações comerciais.

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Processo ético contra ex-secretários de Haddad por atuação em escritório de apostas

Órgão da Presidência avança contra ex-secretários de Haddad

Comissão de Ética Púbica viu indícios de falta ética por parte de dois ex-secretários da Fazenda que agora trabalham para as bets

A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República apontou indícios de que os ex-secretários do Ministério da Fazenda José Francisco Manssur (foto em destaque) e Simone Vicentini descumpriram a lei de conflito de interesses ao deixarem a pasta para trabalharem em um escritório de advocacia que atende empresas de apostas esportivas, as chamadas bets, sem comunicar devidamente o órgão colegiado.

Em decisão unânime proferida no dia 25/11, a CEP decidiu abrir um processo ético preliminar sobre o caso dos ex-secretários. Em outras palavras, a Comissão entendeu haver elementos que indicam falta ética por parte dos advogados e, por isso, vão ouvi-los novamente.

“Tal omissão refere-se, nesse caso particular, à ausência de comunicação à Comissão de Ética Pública (CEP) sobre a área de atuação no escritório CSMV Advogados, bem como à falta de encaminhamento adequado da proposta de trabalho, obrigação que não foi devidamente observada”, avaliou o órgão colegiado.

Em nota, os dois advogados negam irregularidades e ressaltam que jamais esconderam informações da CEP. Leia a íntegra da manifestação ao fim desta reportagem.

Manssur foi assessor especial da secretaria executiva DE Fazenda, entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2024, e esteve à frente DE todo o processo DE formalização e taxação DAS bets DE país. Ele deixou a pasta a pedido, em meio a disputas pelo cargo. Três meses depois, em junho deste ano, foi anunciado como o mais novo sócio do CSMV Advogados, passando a coordenar a área DE “betting” do escritório.

Já Vicentini foi nomeada, em 1º de março de 2023, coordenadora-geral DE Apostas da Subsecretaria DE Regulação e Concorrência da Secretaria DE Reformas Econômicas DO Ministério da Fazenda. Já entre 20 DE fevereiro e 2 DE maio deste ano, atuou como secretária-adjunta da Secretaria DE Apostas Esportivas na pasta comandada por Fernando Haddad. Dois meses após deixar a Fazenda, ela foi anunciada como coordenadora DE betting do CSMV Advogados, atuando junto a Manssur.

Ao deixarem OS postos, ambos procuraram a Comissão DE Ética, conforme prevê a legislação, mas não informaram o nome do escritório que iriam atuar, uma vez que, segundo eles, ainda não haviam recebido propostas. Dessa maneira, conseguiram o aval do órgão colegiado e não precisaram cumprir o período DE quarentena, medida adotada para evitar eventual conflito DE interesse.

No entanto, após receberam a proposta DO escritório, eles não teriam comunicado devidamente a Comissão DE Ética. Manssur afirma que “ligou” para o órgão colegiado e que, na ocasião, teria sido informado que não precisaria comunicar nada. Vicentini enviou um e-mail dizendo ter recebido proposta DO escritório, mas omitiu, segundo o despacho DA CEP, obtido pela coluna, DE que iria atuar na área DE betting.

“Ressalte-se que, nos registros formais desta Comissão, não há indicação DE nova consulta apresentada pelo consulente [Francisco Manssur] acerca DE propostas DE trabalho ou situações configuradoras DE conflito DE interesses no período em questão. Eventual comunicação realizada por meio DE telefonema não é considerada meio idôneo para o fiel cumprimento DOS termos estabelecidos na decisão DA Comissão de Ética Pública, haja vista a inadequação desse procedimento para a instauração formal de consulta e a ausência DE informações detalhadas e documentadas sobre a proposta DE atuação junto ao escritório CSMV Advogados, sem registro comprobatório DA referida proposta”, escreveu a relatora Caroline Proner.

“De fato, a consulente [Simone Vicentini], por meio do e-mail datado DE 13 DE julho DE 2024, comunicou que pretendia aceitar proposta DE trabalho DO escritório de advocacia, entretanto, não informou em qual área do escritório atuaria, tampouco encaminhou formalmente a proposta DE trabalho DO escritório”, destacou, por sua vez, o conselheiro Edvaldo Nilo DE Almeida, que é o relator do processo DA ex-secretária.

Procurado, o escritório CSMV Advogados enviou a seguinte nota, por meio DE assessoria:

“Os advogados José Francisco Manssur e Simone Vicentini reafirmam a posição DE que jamais esconderam suas contratações para comandar o departamento DE betting pelo escritório de advocacia, visto que o fato foi publicado nas redes sociais DELES e do escritório e informado por telefone à CEP, no caso DE Manssur, e por email, no caso DE Simone. A decisão do Comissão de Ética não enxergou nenhuma atitude DOS advogados que pudesse configurar qualquer tipo de dano ao erário público ou DE conflito DE interesses.”

À coluna, Vicentini negou que teve acesso a informação privilegiada no período em que esteve à frente da SPA. “Trabalhei no serviço público por mais DE 20 anos, sempre pautada na ética e na legalidade, nunca sofri qualquer tipo de investigação ou punição, não sou filiada a partido político e sempre desempenhei atividade técnica”, acrescentou.

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