A megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em 121 mortos e 13 agentes feridos, sendo dois deles do Bope, trouxe relatos angustiantes e emocionantes dos policiais que estiveram envolvidos no resgate e combate aos criminosos. Enfrentando uma chuva de tiros, emboscadas e confrontos intensos, os policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) compartilham suas experiências durante a ação.
O planejamento meticuloso da operação envolveu não apenas táticas e armamentos, mas também uma rede de suporte médico prévio para o atendimento dos policiais feridos. O comandante do Bope, coronel Marcelo Corbage, destacou a importância da preparação para os resgates sob fogo e a disponibilidade de equipe médica e ambulâncias. A proximidade do Hospital Getúlio Vargas facilitou o atendimento rápido aos feridos, o que foi crucial para o sucesso da operação.
Durante os momentos de intensidade e caos, a comunicação entre as equipes no terreno era extremamente difícil, exigindo decisões rápidas e improvisos para retirar os feridos. O esgotamento físico e emocional da tropa foi evidente, mas a determinação em não abandonar o combate prevaleceu. Relatos de heroísmo e sacrifício surgiram, como o caso do sargento Cleiton Serafim Gonçalves, que extraiu um colega ferido sob fogo inimigo.
Os sobreviventes descrevem o cenário de terror vivido na mata da Vacaria, epicentro dos confrontos, onde tiros eram disparados sem cessar. Policiais como o sargento Jorge Martins e o capitão Paulo Araújo compartilham os momentos de tensão e coragem necessários para resgatar colegas baleados em meio ao fogo cruzado. A improvisação de macas e a segurança durante a retirada dos feridos demonstram a resiliência e dedicação dos policiais do Bope.
O Hospital Central da Polícia Militar (HCPM) recebeu sete policiais feridos, dois em estado gravíssimo, que foram trazidos por equipes especializadas em salvamento e resgate. O trabalho intenso da equipe médica resultou na reanimação bem-sucedida de um policial que sofreu uma parada cardiorrespiratória durante a cirurgia. O acompanhamento psicológico aos policiais envolvidos na operação é essencial para lidar com as marcas profundas deixadas pelas experiências vividas.
A operação no complexo do Alemão e da Penha deixou um pesado impacto emocional na tropa do Bope, que perdeu dois membros durante o combate. A solidariedade e apoio mútuo entre os policiais mostram a força e união da corporação diante de situações extremas. Os relatos dos policiais heróis que enfrentaram o perigo e a violência reforçam a importância do trabalho árduo e corajoso das forças de segurança no combate ao crime e na proteção da sociedade.




