Operação no Paraná desmonta rede de produção de cogumelos alucinógenos

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Galpão no Paraná era utilizado para o cultivo, desidratação e embalagem dos chamados ‘cogumelos mágicos’, conforme informações fornecidas pela polícia. Uma operação resultou na prisão de nove pessoas suspeitas de integrar uma rede de produção e comercialização desses cogumelos alucinógenos, resultando na apreensão de mais de 3 mil pacotes do produto.

Segundo as autoridades, o galpão localizado em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba, servia como centro de produção e embalagem dos cogumelos alucinógenos. Esses cogumelos, também conhecidos como ‘cogumelos mágicos’, contêm psilocibina, substância psicodélica que pode alterar a percepção sensorial, tempo e espaço, além de provocar experiências intensas. O uso dessa substância é proibido no Brasil pela Anvisa.

A investigação teve início com foco em uma organização criminosa do Distrito Federal, mas se expandiu para o Paraná ao descobrir que os suspeitos recorriam a fornecedores locais quando não conseguiam suprir a demanda dos compradores. O grupo utilizava um sistema de comércio eletrônico chamado dropshipping, no qual os produtos são vendidos online, mas sem a necessidade de manter estoque físico.

O galpão em questão foi identificado como um laboratório e sala de cultivo no centro da operação criminosa, com capacidade para produzir cerca de 200 quilos de cogumelos por mês. As drogas eram enviadas aos compradores via Correios, fazendo parecer que o traficante do Distrito Federal era o responsável pela produção e entrega.

Segundo as autoridades, essa rede é a maior já identificada no Brasil na produção e distribuição de cogumelos alucinógenos. Os suspeitos mantinham uma empresa com CNPJ no ramo alimentício no Paraná, atuando não apenas como fornecedores próprios, mas abastecendo outros traficantes também.

Em Curitiba, seis pessoas foram presas preventivamente, cinco delas exercendo papéis de comando na organização criminosa, enquanto a sexta era um motoboy responsável pelas entregas. Além dos crimes de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, os envolvidos devem responder por outros delitos relacionados à disseminação de espécies danosas e publicidade abusiva.

A polícia identificou que o grupo utilizava as redes sociais e influenciadores para divulgar os cogumelos, atraindo principalmente jovens frequentadores de festas de música eletrônica. A organização investia em feiras e festivais desse segmento para promover os produtos ilícitos e movimentou cerca de R$ 26 milhões em um ano.

Essa operação envolveu prisões não apenas no Paraná e no Distrito Federal, mas também em outros estados brasileiros, resultando no bloqueio de R$ 200 milhões em contas de empresas vinculadas ao grupo. A investigação continua e as autoridades seguem trabalhando para desmantelar essa rede de produção e distribuição de cogumelos alucinógenos no país.

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