Operação cumpre mandados de prisão contra suspeitos de corrupção em contratos da DE. Estima-se que os pagamentos indevidos tenham causado um prejuízo de R$ 10,4 milhões aos cofres públicos. A operação cumpre 114 mandados, entre bloqueio de bens, prisão temporária e outras medidas necessárias para dar andamento às investigações.
A Polícia Civil de Goiás deflagrou nesta terça-feira (28) a operação “Obra Simulada”. O foco da ação é investigar crimes relacionados a um contrato entre a Agência Goiana de Infraestrutura e Transporte (Goinfra) e uma empresa privada, firmado entre 2023 e 2024, no valor de R$ 27,8 milhões. Os pagamentos indevidos, que resultaram em um prejuízo milionário aos cofres públicos, são alvo das investigações em curso.
No total, a operação abrange 114 mandados, contemplando Goiânia, Anápolis e o Distrito Federal. Dentre os investigados estão ex-membros da diretoria da DE, gestores e fiscais do contrato, além de empresários. Medidas como afastamento de sigilos, bloqueio de bens e valores, proibição de frequência a locais específicos, proibição de contratação com o poder público, busca e apreensão e prisão temporária fazem parte do escopo da operação.
A DE entrou em contato com o Governo de Goiás em busca de um posicionamento oficial sobre o caso. Até o momento, a equipe responsável pela comunicação está preparando uma nota que será divulgada em breve. As irregularidades foram identificadas por meio de relatórios técnicos e inspeções realizadas pela Gerência de Inspeções da Secretaria Estadual de Infraestrutura, pela Controladoria Geral do Estado e pela Gerência Estratégica da Polícia Civil na Seinfra.
Os suspeitos envolvidos podem responder por diversos crimes, incluindo associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraudes. O contrato inicial previa serviços de reforma e manutenção em 26 prédios públicos, mas sofreu modificações durante a execução, conforme aponta a investigação da polícia. Pagamentos antecipados indevidos, superfaturamento e demolições injustificadas estão entre as práticas investigadas.
A investigação revelou que a Goinfra tinha planos de um contrato com valor significativamente maior, gerido pelos mesmos investigados do caso atual. No entanto, o Tribunal de Contas do Estado identificou irregularidades e bloqueou o contrato em abril de 2024. Análises técnicas apontaram sobrepreço e inflação do valor contratado, sem justificativas adequadas, mostrando a existência de irregularidades no processo.
Além disso, suspeita-se que um esquema planejado dentro da Goinfra visava transferir processos de contratação de uma diretoria para outra de maneira irregular, favorecendo determinadas empresas contratadas e agentes públicos envolvidos. Essas práticas podem ter permitido contratos e pagamentos indevidos, beneficiando diretamente os suspeitos. A operação segue em andamento para apurar todas as irregularidades identificadas.