A Operação Ouro Negro, realizada pela Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) nesta quarta-feira, mira uma organização criminosa chefiada por Vinícius Drumond. Esse grupo é especializado no furto de petróleo e derivados de dutos subterrâneos e possui fortes ligações com o jogo do bicho, que financia diretamente suas atividades ilegais. Os agentes estão nas ruas cumprindo mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao bando, com o objetivo de desarticular essa quadrilha e desmantelar suas operações criminosas.
De acordo com a Polícia Civil, Vinícius Drumond, que é filho do contraventor Luizinho Drumond, é considerado o “cérebro” da quadrilha. Com um histórico marcado por envolvimento em diversas atividades ilícitas, como agiotagem, lavagem de dinheiro e corrupção, Vinícius ascendeu rapidamente no mundo do crime organizado, expandindo seus negócios para além do jogo do bicho. A polícia destaca que essa organização criminosa é muito bem estruturada, com uma clara divisão de tarefas entre os membros, desde a escavação e perfuração dos dutos até a receptação do petróleo furtado.
O delegado Pedro Brasil, da DDSD, ressalta que o furto de petróleo não apenas causa prejuízos financeiros, mas também representa um grande risco ambiental. O petróleo furtado é utilizado como matéria-prima para a produção de diversos materiais, podendo resultar em desabastecimento de água, explosões e incêndios. A investigação ainda não identificou o destino final do petróleo furtado, mas aponta para a atuação da quadrilha em vários estados do Brasil, com usinas de asfalto sendo identificadas como possíveis receptadores do combustível ilegal.
Vinícius Drumond, apontado como discreto, mas extremamente influente nos bastidores do crime, é responsável por esquemas de corrupção e pelo financiamento de operações ilegais, como o furto de combustíveis. Utilizando empresas de fachada e sofisticados esquemas de lavagem de dinheiro, Vinícius integra o lucro obtido com o jogo do bicho e o desvio de recursos do petróleo para atividades criminosas em diversos estados. Além dele, Franz Dias Costa e Mauro Pereira Gabry, também envolvidos no furto de petróleo, desempenham papéis significativos na organização criminosa.
A quadrilha chefiada por Vinícius Drumond era temática em setores especializados, como perfuração de dutos, transporte e armazenamento de combustíveis furtados, além de contar com uma rede de informantes para evitar ações policiais. O jogo do bicho era a principal fonte de financiamento das atividades ilegais do grupo, que usava o dinheiro da contravenção para adquirir equipamentos sofisticados e pagar colaboradores. A ligação entre o furto de petróleo e o assassinato de um advogado indica a complexidade da rede criminosa, envolvendo não apenas crimes financeiros, mas também violentos.
A Operação Ouro Negro resulta de uma investigação iniciada após a prisão em flagrante de cinco pessoas na Bahia, em setembro de 2024, relacionadas ao furto de petróleo. Essas evidências ligaram o grupo a Vinícius Drumond, que agora é investigado por diversos crimes, como organização criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. A ação visa desarticular essa quadrilha e trazer à tona as atividades ilegais que vinham sendo realizadas sob a liderança de Vinícius e seus comparsas. A polícia segue com as investigações para a identificação de outros envolvidos e operações criminosas da organização.