Operação Overclean: Relação da cúpula do União Brasil com investigados em contratos milionários

Operação Overclean aponta para integrantes da cúpula do União Brasil

Empresas e pessoas alvos da PF têm algum tipo de relação com cinco integrantes da direção nacional do partido chefiado por Antônio de Rueda

As informações coletadas pela Polícia Federal nas duas fases deflagradas da operação Overclean apontam para a relação de 5 dos 12 integrantes da cúpula nacional do União Brasil com empresas e pessoas investigadas.

A investigação tramita na 1ª instância da Justiça Federal. Em despacho no final de dezembro, o delegado do caso informou ao juiz que até aquele momento não havia pessoas com foro privilegiado sob como alvos do inquérito.

A investigação teve início para apurar desvios em um contrato do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), mas expandiu seu foco após quebras de sigilo telemático e gravações ambientais que mostraram a atuação de um grupo de empresas em contratos milionários firmados com o governo federal e administrações estaduais e municipais.

A Overclean passou a causar temor entre políticos após a PF apreender R$ 1,5 milhão, anotações e planilhas em um avião que viajava de Salvador para Brasília.

O material está em análise, mas já embasou pedidos de prisões na segunda fase da operação contra suspeitos de desvios em contratos com cidades da Bahia. Agora, a PF continua a analisar as informações coletadas nas duas fases e no avião em busca de quem se beneficiava dos desvios já mapeados em contratos públicos.

Com três ministérios na Esplanada – Comunicações (Juscelino Filho), Turismo (Celso Sabino) e Integração Nacional (Waldez Góes) -, o DE, comandado por Antonio de Rueda, tem integrantes em sua cúpula com algum tipo de ligação com os investigados. O próprio presidente da sigla é um dos que mantinha relação próxima com um dos alvos da investigação.

Fotos e postagem nas redes sociais mostram Rueda em eventos com José Marcos de Moura, apelidado de Rei do Lixo na Bahia, e apontado pela PF como um dos principais nomes da suposta organização criminosa investigada. Moura, além de empresário, integra os quadros do DE.

O empresário não respondeu ao contato da coluna. Em outras ocasiões, por meio de nota, a defesa dele afirmou que o termo Rei do Lixo é “equivocadamente atribuído” a ele e que o empresário não possui contratos com o DNOCS da Bahia ou exerce atividade relacionada a obras públicas. Além de Rueda, as informações já tornadas públicas sobre o caso mostram como outros nomes do partido resultado da fusão do PSL com o DEM aparecem de alguma forma ligados a pessoas e empresas investigadas.

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