Operação policial demole resort de luxo de criminoso em operação no Rio

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O Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio de Janeiro, foi palco de uma operação policial recente que resultou na demolição de um resort de luxo pertencente a Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, um dos criminosos mais procurados do estado. O imóvel, que chamava a atenção pela ostentação e pelo contraste com as casas simples da região, foi o centro de uma investigação que revelou interferências políticas e vazamentos de informações sigilosas. A operação para demolir o resort de Peixão foi cancelada em pelo menos duas ocasiões, segundo fontes ligadas aos órgãos envolvidos na ação.

O resort de Peixão se tornou, ao longo de cinco anos, um verdadeiro oásis em meio ao Complexo de Israel, contando com luxos como um lago artificial com carpas avaliadas em R$ 80 mil, um minicampo de futebol e uma área para shows. A construção desse espaço de lazer para o traficante envolveu altos investimentos, mas a ação policial finalmente colocou um fim à sua existência. A demolição do resort só foi concretizada após meses de negociações entre a Polícia Militar, a prefeitura do Rio e o Ministério Público, enfrentando obstáculos e retrocessos ao longo do caminho.

Diversas fontes ligadas aos órgãos responsáveis pela demolição do resort apontaram a interferência de políticos no cancelamento da operação em dezembro de 2023. O deputado estadual Val Ceasa e o ex-vereador Ulisses Marins foram citados como os responsáveis por pedir que a ação fosse suspensa, alegando a existência de um suposto projeto social no local. A questão da legalidade do imóvel e das atividades que lá eram realizadas foi levantada durante as negociações, mas a pressão política acabou por adiar a demolição.

A influência dos parlamentares Val Ceasa e Marins na região é evidenciada pelo apoio popular que recebem nas eleições. Mesmo diante das acusações de envolvimento na suspensão da demolição do resort de Peixão, ambos foram os campeões de votos em diversos locais abrangidos pelo Complexo de Israel. A participação política de Peixão, que se autointitula evangélico, e as relações obscuras com figuras públicas destacam a complexidade das relações entre o crime organizado e a esfera política.

A retomada das negociações para a demolição do resort de Peixão em outubro de 2024 foi marcada por novos desafios, incluindo a resistência da população local e a falta de segurança durante a operação. Após dois cancelamentos, a ação finalmente foi realizada em março deste ano, culminando na demolição do imóvel e na conclusão de um processo que envolveu intrigas políticas, vazamentos de informações e desafios operacionais. O desfecho dessa história levanta questões sobre a corrupção e a impunidade que permeiam a relação entre o poder público e o crime organizado.

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