Galpão no Paraná era utilizado para cultivo, desidratação e embalagem de ‘cogumelos mágicos’, de acordo com informações da polícia. Nove indivíduos foram detidos sob suspeita de participar de uma rede de produção e comercialização desses cogumelos alucinógenos, e mais de 3 mil pacotes da substância foram apreendidos.
Um galpão localizado em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba, foi o centro das atividades de plantio, secagem e empacotamento dos cogumelos alucinógenos, conforme revelado pela Polícia Civil. Esses cogumelos, conhecidos como “mágicos”, possuem psilocibina, uma substância psicodélica que pode alterar a percepção sensorial, a noção de tempo e espaço, além de provocar experiências emocionais e visuais intensas. O uso dessa substância é proibido pela Anvisa no Brasil.
O galpão foi palco de uma operação que resultou na detenção de nove pessoas e na interceptação de mais de 3 mil pacotes de cogumelos – que eram vendidos através de redes sociais e enviados pelos Correios para diversas regiões do país. A polícia descreveu essa como a maior rede de produção e distribuição de cogumelos alucinógenos já identificada em território nacional.
As investigações tiveram início com o foco em uma organização criminosa sediada no Distrito Federal, porém a polícia descobriu que, ao enfrentarem dificuldades em suprir a demanda dos clientes, os supostos traficantes solicitavam os cogumelos de outros fornecedores, incluindo os que estavam no Paraná. Utilizando um sistema conhecido como dropshipping, o grupo operava vendendo produtos em uma loja online sem a necessidade de manter um estoque físico.
Segundo relatos do delegado Omar Vargens, os suspeitos no Paraná estavam vinculados a uma empresa no ramo alimentício, que também servia como fachada para o comércio ilícito de cogumelos alucinógenos. O galpão, alugado em outubro de 2024, funcionava como laboratório e salas de cultivo, com capacidade para produzir até 200 quilos de cogumelos por mês, conforme detalhes fornecidos pelas autoridades.
Além disso, em Curitiba, seis pessoas foram presas preventivamente por participação no esquema, sendo que cinco delas ocupavam cargos de liderança na organização, e a sexta era responsável pelas entregas. Os envolvidos deverão enfrentar acusações de tráfico de drogas qualificado, lavagem de dinheiro, integração em organização criminosa, entre outros crimes. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 200 milhões em contas vinculadas ao grupo, que atuava em diversos estados brasileiros.
Os suspeitos se utilizavam das redes sociais para publicitar os produtos de diferentes formas, visando atrair principalmente jovens frequentadores de festas de música eletrônica. Por meio de influenciadores digitais e DJs, o grupo investia em eventos e festivais do gênero, promovendo uma conexão direta com o consumidor alvo. Estima-se que a rede de produção e distribuição movimentou R$ 26 milhões em apenas um ano. É importante salientar que o uso e a comercialização desse tipo de substância são ilegais e representam riscos à saúde pública. A polícia seguirá trabalhando para combater crimes desse tipo e proteger a população contra os impactos negativos dessas atividades ilícitas.