PCDF encontra “baú da fortuna” em ação contra empresários de Brasília
Durante a operação, que envolveu 50 policiais civis e contou com o apoio da Polícia Civil da Bahia, foram cumpridos 11 mandados de busca
Na manhã desta quinta-feira (5/11), a Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou a Operação Mercado Oculto, que culminou no cumprimento de mandados de busca e apreensão em Ceilândia, Vicente Pires, Taguatinga, além de Porto Seguro (BA).
Durante a operação, que envolveu 50 policiais civis e contou com o apoio da Polícia Civil do Estado da Bahia, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, resultando na apreensão de uma caixa repleta de dinheiro na residência de um dos envolvidos, em Brasília. Em contagem preliminar, o valor chegou a mais de R$ 700 mil.
Além disso, foram sequestrados bens de valor, como 52 veículos, três embarcações e 48 imóveis. A PCDF não divulgou os nomes dos envolvidos.
A operação, conduzida pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária (Dot-Decor), desvendou um esquema fraudulento de ocultação da verdadeira propriedade de um supermercado em Ceilândia, operado por uma família de empresários.
As investigações revelaram que os integrantes da família, embora sejam os verdadeiros proprietários do supermercado, usavam pessoas interpostas – chamadas de “laranjas” – e até mesmo identidades falsas para mascarar sua participação no negócio. O objetivo era ocultar os responsáveis pela empresa e, assim, evitar as obrigações fiscais e criminais, além de proteger seu patrimônio.
O supermercado operava sob um CNPJ fictício, no qual o sócio registrado era uma dessas interpostas pessoas. Com isso, a empresa deixava de recolher impostos, e quando a dívida tributária se acumulava em milhões, o CNPJ era fraudulento substituído por outro, reiniciando o ciclo criminoso de sonegação fiscal. Esse esquema estava em funcionamento desde 2014, com uma dívida acumulada que chega ao valor de R$ 69.735.310,04.
Com a intenção de reaver parte dos prejuízos aos cofres públicos, o bloqueio de ativos foi determinado pela Justiça no valor de R$ 68 milhões. Até o momento, a investigação aponta indícios de que os envolvidos praticaram diversos crimes, entre eles sonegação fiscal, uso de documento falso, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas somadas para esses delitos podem alcançar até 29 anos de prisão.
A operação recebeu o nome de Mercado Oculto devido ao fato de o supermercado ser a fachada do esquema, com sua verdadeira propriedade sendo mantida em sigilo por meio das fraudes.
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