A Polícia Federal (PF) está realizando uma nova etapa da operação que investiga fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Nesta quinta-feira (9), estão sendo cumpridos 66 mandados de busca e apreensão, a maioria deles no estado de São Paulo.
No dia 12 de setembro, a PF prendeu Antônio Carlos Camilo Antunes, também conhecido como o “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, na primeira fase da operação ‘Sem Desconto’.
A investigação revelou um amplo esquema de fraudes e desvios de dinheiro de aposentadorias e pensões do INSS. Antunes é apontado pela PF como o lobista facilitador do caso, responsável por transferir R$ 9,3 milhões para pessoas ligadas a servidores do INSS entre 2023 e 2024.
Associando-se à entidades e associações que ofereciam serviços aos aposentados, pessoas eram cadastradas sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS. O prejuízo estimado pela PF entre os anos de 2019 e 2024 pode chegar a R$ 6,3 bilhões.
Além disso, carros de luxo, como Ferrari, Land Rover, Porsche, Mercedes e até um carro de Fórmula 1, foram apreendidos durante a operação. Diversas obras de arte foram encontradas na casa e no escritório do advogado Nelson Wilians, que afirmou colaborar integralmente com as autoridades e confiar na apuração para demonstrar sua inocência.
O esquema envolvia o pagamento de propinas a servidores do INSS para obter dados de beneficiários, uso de assinaturas falsas para autorizar descontos e criação de associações de fachada, muitas vezes presididas por pessoas vulneráveis, como idosos e aposentados por incapacidade.
A operação começou em 2023 na Controladoria-Geral da União (CGU) e foi acionada pela Polícia Federal em 2024. No total, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo e no Distrito Federal.
As defesas dos envolvidos negam qualquer envolvimento nas fraudes e afirmam que adotarão medidas legais para reverter as prisões e garantir o respeito aos direitos dos acusados. Este é mais um caso que revela a importância das investigações para combater a corrupção e proteger os direitos dos cidadãos.