Operação Sisamnes: Desembargadores suspeitos de esquema de corrupção e vazamento de informações sigilosas

operacao-sisamnes3A-desembargadores-suspeitos-de-esquema-de-corrupcao-e-vazamento-de-informacoes-sigilosas

Na Mira

A operação também cumpre medidas cautelares, como o afastamento de funções
públicas de servidores envolvidos

Na manhã desta terça-feira (26/11), a Polícia Federal deflagrou a Operação
Sisamnes, com o objetivo de investigar um esquema de corrupção, organização criminosa e violação de sigilo funcional envolvendo integrantes do Poder Judiciário e outros agentes públicos.

As investigações estão centradas em dois desembargadores do Tribunal de Justiça
de Mato Grosso (TJMT): Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho (foto em destaque). Ambos são suspeitos de vender decisões judiciais e vazar informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais.

A Operação Sisamnes investiga a venda de sentenças judiciais favoráveis em troca
de dinheiro. De acordo com a Polícia Federal, o esquema envolvia advogados,
lobistas, empresários e assessores que atuavam como intermediários entre os
magistrados e os interesses privados.

As apurações revelam que valores eram solicitados para garantir decisões
favoráveis aos clientes dos envolvidos, além do vazamento de informações
sigilosas sobre investigações policiais.

O nome da operação faz alusão ao juiz Sisamnes, uma figura histórica que teria
aceitado subornos para emitir uma sentença injusta durante o reinado de
Cambises II da Pérsia. Assim como o juiz mitológico, os desembargadores
investigados teriam se beneficiado financeiramente ao realizar atos contrários
à ética judicial.

Além de pedidos de prisão e buscas e apreensões em Mato Grosso, Pernambuco e no
Distrito Federal, a operação também cumpre medidas cautelares, como o
afastamento de funções públicas de servidores envolvidos, bem como a
indisponibilidade de bens e valores dos investigados.

O desembargador João Ferreira Filho também tornou-se alvo de uma notícia-crime
enviada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A acusação, protocolada pelo
locutor de rodeio Juan Carlos Brandespin Rolon, envolve a omissão do magistrado
em um esquema de fraudes no processo de espoliação de terras, avaliadas em R$
300 milhões.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp