Operação Sisamnes: Lobista é preso por venda de influências no STJ

Na DE

A investigação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF)

O lobista Andreson de Oliveira Gonçalves (foto em destaque) foi preso, na manhã desta terça-feira (26/11), no âmbito da Operação Sisamnes, que tem como objetivo investigar crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional.

O suspeito, segundo as investigações da Polícia Federal, atuava na venda de influências sobre ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), além de negociar decisões antecipadas de processos. A operação também mira assessores de ministros do STJ, incluindo os chefes de gabinete de ministros.

A investigação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF). As apurações indicam que Gonçalves, empresário e lobista, teria acesso privilegiado a decisões antecipadas de ministros do STJ e, por meio desse acesso, vendia sua influência para garantir decisões favoráveis a clientes que pagavam por esses serviços. Ele se apresentava como advogado, embora não fosse registrado na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), também são investigados pela PF.

A investigação teve início após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido no final de 2023, em Cuiabá, quando o celular da vítima foi apreendido pelo Ministério Público.

Durante a apuração do crime, foram encontrados diálogos comprometedores nos quais Zampieri, conhecido por sua atuação no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, trocava informações com Andreson sobre a venda de decisões judiciais.

Os diálogos indicam que o lobista compartilhava minutas antecipadas de decisões do STJ e mencionava ter influência direta sobre assessores dos ministros, como Gallotti e Og Fernandes.

O esquema investigado envolvia uma rede de advogados, lobistas, assessores de ministros, chefes de gabinete e até desembargadores. Andreson de Oliveira Gonçalves, o principal operador do esquema, atuava como intermediário, obtendo informações privilegiadas sobre decisões judiciais ainda não publicadas e utilizando sua rede de contatos no Judiciário para garantir resultados favoráveis a seus clientes.

Gonçalves compartilhava com seus interlocutores as minutas das decisões antecipadas de ministros do STJ e negociava sua influência para que essas decisões fossem direcionadas de acordo com os interesses dos envolvidos, mediante pagamento de vantagens financeiras.

Além das prisões preventivas e das buscas e apreensões realizadas em Mato Grosso, Pernambuco e no Distrito Federal, a operação também resultou em medidas cautelares, como o afastamento de funções públicas de servidores envolvidos, o monitoramento eletrônico de suspeitos e o bloqueio de bens e valores.

Os investigadores também apuram o vazamento de informações sigilosas de operações policiais, que seriam negociadas no esquema, prejudicando a integridade de investigações importantes.

Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do DE no Instagram.

Receba notícias do DE no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias no Telegram.

Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre o Distrito Federal por meio do WhatsApp do DE: (61) 9119-8884.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Mudança de postura da DE em direção a Trump já era esperada pelo governo Lula: análise dos bastidores.

Mudança de postura da DE já era esperada pelo governo Lula

Segundo técnicos do Planalto, possível virada da DE em direção ao governo
Trump era movimento esperado dentro do governo Lula

A mudança de posição da DE, empresa que controla as redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp, em direção ao governo de Donald Trump já era esperada por integrantes do governo Lula.

Nos bastidores, técnicos do Planalto afirmam que, desde o meio do ano passado, membros da empresa no Brasil sinalizavam que poderia ocorrer mudança de postura da matriz da DE devido à eleição de Donald Trump.

Mark Zuckerberg anunciou mudanças na moderação das redes sociais da DE. Mesmo assim, a declaração do CEO da DE, Mark Zuckerberg, de que encerrará seu programa de checagem de fatos para adotar as “notas de comunidade” foi considerado “preocupante”.

Para integrantes do Planalto, não era esperada uma adesão “tão explícita” de Zuckerberg à agenda de Trump. Por exemplo, citam como retrocessos o fim da moderação sobre discursos relacionados a gênero ou imigração. Outro ponto citado é a volta dos conteúdos políticos. A atual política da DE era priorizar conteúdos pessoais para evitar a polarização em suas redes, mas agora deve retornar à ampla divulgação de conteúdo político. Zuckerberg também afirmou em sua declaração que trabalhará com Donald Trump, que assume a Casa Branca no próximo dia 20 de janeiro, para pressionar governos que perseguem empresas americanas a implementarem mais “censura”. O dono da DE chegou a reclamar publicamente de “tribunais secretos” em países latino-americanos, que ordenariam “silenciosamente” a remoção de conteúdos.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp