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Operação Sócio Oculto: 17 empresas direcionavam licitações em prefeituras

Investigação que corre em segredo de Justiça no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e que culminou na Operação Sócio Oculto, desencadeada no último dia 6, provou a associação criminosa e grande movimentação de dinheiro através da quebra de sigilo bancário das empresas ACL Comércio de Materiais, Serviços e Realizações Ltda., AMJ Comércio de Metais e Equipamentos Industriais EIRELI, Evolução Engenharia – EIRELI, Exata Construtora EIRELI, Fernandes & Martins Construções Ltda., Forte Lonas Tecidos Ltda. , Isopor Comércio de Material de Construção Guanabara Ltda, Master Comércio de Materiais, Serviços, Transportes e Realizações Ltda., Master Tubos, Acessórios Industriais, Comércio e Serviços em Geral Ltda, MYL Construções e Serviços EIRELI, Remasuper Distribuidora de Pelas Automotivas EIRELI, SPbox Materiais para Construção Ltda.-ME, Total Prestadora de Serviços e Locações e a principal delas, a Construtora Torres.

A empresa, administrada por José Tadeu Leite, é uma das 17 descobertas na investigação, todas de fachada para competirem entre si em licitações fraudulentas nos municípios onde a suposta organização criminosa atuava. “Além da Construtora Torres, outras empresas estavam registradas em nomes de laranjas, mas, de fato, eram comandadas por José Tadeu Leite, ex- assessor do deputado José Humberto Aidar”, diz a decisão da 2ª Vara dos Feitos Relativos às Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais do Estado de Goiás a que o Diário do Estado teve acesso exclusivo.

Uma intensa movimentação bancária foi constatada entre as empresas investigadas e os representantes líderes do esquema criminoso – José Tadeu Leite e Frederico Santana. “A empresa escolhida para celebrar os contratos públicos tinha um aumento substancial do seu capital social. O grupo criminoso tinha várias empresas aparentemente de fachada, as quais eram escolhidas convenientemente nas licitações, visto que a concorrência ocorria entre as empresas do mesmo grupo apenas de forma simulada. Com as falsas concorrências entre as empresas, alternava-se a empresa ganhadora do certamente, para o fim de desviar dinheiro público.

Neste esquema, segundo a investigação, a Construtora Torres tinha contrato com o Estado de Goiás e com 30 municípios goianos. A empresa Exata tinha contrato com o Estado de Goiás e oito municípios de Goiás. A Master Comércio com o Estado de Goiás; a empresa MYL, com o estado de Goiás e 19 municípios goianos e a ACL tinha contrato com dois municípios goianos. Apesar de ganhar as licitações, em alguns casos as obras contratadas eram realizadas por empresas subcontratadas ou pela própria prefeitura que realizava a licitação, ou nem mesmo eram realizadas.

A Operação Sócio Oculto apura os crimes de associação criminosa, peculato, fraude às licitações, falsidade ideológica e lavagem de capitais, fraudes que podem ter lesado cofres públicos estadual e municipais da ordem de R$ 100 milhões. De acordo com a decisão da 2ª Vara dos Feitos Relativos às Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais do Estado de Goiás, a que o Diário do Estado teve acesso exclusivo, não foram encontrados indícios de autoria ou participação no esquema criminoso do deputado Humberto Aidar, recém indicado para ocupar uma vaga de conselheiro no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO). A votação do requerimento que o indicou ao Tribunal será votado na Assembleia Legislativa de Goiás após o recesso de julho.

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