Operação Tacitus: Delegado e policiais são presos por envolvimento em morte de delator do PCC

EDITORS NOTE: Graphic content / The body of Antonio Vinicius Lopes Gritzbach is covered by police after a shooting at Guarulhos international airport in Guarulhos, Sao Paulo on November 8, 2024. Brazilian real estate agent Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, linked to organized crime, was shot dead Friday afternoon at Guarulhos international airport, which serves the city of Sao Paulo according to the Sao Paulo Public Security Secretariat. (Photo by Miguel SCHINCARIOL / AFP)

Na manhã desta terça-feira, 17, a Polícia Federal (PF) realizou a Operação Tacitus em São Paulo, resultando na prisão de sete pessoas, entre elas um delegado e três policiais civis. A operação, que envolveu 130 policiais federais, foi apoiada pela Corregedoria da Polícia Civil e pelo Ministério Público.

A Operação Tacitus tem como objetivo desarticular uma organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública, incluindo corrupção ativa e passiva. A ação foi realizada nas cidades de Bragança Paulista, Igaratá, Ubatuba e na capital de São Paulo, com o cumprimento de oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão.

Investigações e delações

As investigações estão relacionadas à execução do delator Vinícius Gritzbach, ocorrida em 8 de novembro no aeroporto de Guarulhos. O esquema criminoso envolveria manipulação e vazamento de investigações policiais, venda de proteção a integrantes do PCC, além de lavagem de dinheiro para a organização criminosa. Todos os alvos da Operação Tacitus foram delatados por Gritzbach por envolvimento em corrupção.

O delegado Fábio Baena Martin e os policiais investigadores Eduardo Lopes Monteiro, Rogério de Almeida Felício, Marcelo Ruggieri, e Marcelo Bombom foram detidos. Ademais, Ademir Pereira Andrade, Ahmed Hassan e Robinson Granger de Moura também foram presos. Rogério de Almeida Felício, um dos policiais, ainda está foragido.

A defesa do delegado Baena considerou a prisão abusiva, mas afirmou que só se pronunciará após ter acesso aos autos do processo. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a Corregedoria da Polícia Civil está acompanhando a operação e colaborando com a Polícia Federal e o Ministério Público.

Conforme o Ministério Público, os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, e ocultação de capitais, com penas que podem somar até 30 anos de reclusão.

O nome Tacitus foi escolhido pela PF por significar, em latim, silencioso ou não dito, em referência ao modo de atuar da organização criminosa.

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