Operação Tira-Teima investiga esquema de pagamento de propinas

A Polícia Federal deflagrou ontem a Operação Tira-Teima, que investiga pagamentos de vantagens indevidas que o Grupo Hypera Pharma, novo nome da Hypermarcas, teria pago a políticos ligados ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, do MDB, para obter benefícios.

Cerca de 40 policiais federais cumpriram 8 mandados de busca e apreensão, expedidos pelos Ministros Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, em São Paulo/SP, Goiânia/GO e Fortaleza/CE. A finalidade das medidas era buscar documentos e outros elementos de aprofundamento da investigação, considerando a notícia de doações de campanha abalizadas através de contratos fictícios. A operação é decorrente de delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Hypermarcas Nelson Mello.

Ao ser ouvido sobre o pagamento de propinas em 2016, o ex-diretor do grupo Hypermarcas disse que pagou R$ 30 milhões  a dois lobistas com trânsito no Congresso. O dinheiro seria para pagar propinas milionárias para senadores do então PMDB, entre eles, para o presidente do Congresso Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM).

Em nota, o grupo Hypera Pharma disse que a operação da Polícia Federal ocorreu no escritório da companhia em São Paulo, “para colher documentos relacionados à colaboração do ex-diretor de Relações Institucionais da Companhia, Nelson Mello. A Companhia reitera que não é alvo de nenhum procedimento investigativo, nem se beneficiou de quaisquer atos praticados isoladamente pelo ex-executivo, conforme já relatado ao longo do ano de 2016 em vários comunicados”. Os citados na delação de Nelson Mello disseram que não sabiam do teor das denúncias do ex-diretor do Hypera Pharma.

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Lula impõe veto ao indulto de Natal para condenados do 8 de janeiro

Lula Impõe Veto ao Indulto de Natal para Condenados do 8 de Janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou o indulto de Natal para os condenados pelos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, marcando o segundo ano consecutivo em que o benefício é negado aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. O anúncio foi feito na noite de 23 de dezembro, um dia antes da véspera de Natal, destacando a firmeza do governo em lidar com esses crimes.

Além disso, o indulto não será concedido a condenados por abuso de autoridade e crimes contra a administração pública, como peculato e corrupção passiva. O decreto também exclui aqueles condenados por crimes hediondos, tortura e violência contra a mulher, crianças e adolescentes. Integrantes de organizações criminosas, condenados em regimes disciplinares diferenciados e aqueles que fizeram acordos de colaboração premiada também estão fora do benefício.

Por outro lado, o indulto será concedido a gestantes com gravidez de alto risco, comprovada por laudo médico. Mães e avós condenadas por crimes sem grave ameaça ou violência também terão direito ao benefício, desde que comprovem ser essenciais para o cuidado de crianças até 12 anos com deficiência.

Saúde e condições especiais

O decreto prevê o perdão da pena para pessoas infectadas com HIV em estágio terminal, ou aquelas com doenças graves crônicas sem possibilidade de atendimento na unidade prisional. Pessoas paraplégicas, tetraplégicas, cegas e portadoras do espectro autista em grau severo também serão beneficiadas.

Este decreto reforça a posição do governo em relação aos atos antidemocráticos e crimes graves, enquanto oferece alívio a grupos vulneráveis. As pessoas contempladas pelo benefício terão, na prática, o perdão da pena e o direito à liberdade.

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