A Polícia Federal está investigando o prefeito e servidores públicos suspeitos de desviar mais de R$ 120 milhões da cidade de Cidade Ocidental. Segundo as autoridades, os envolvidos teriam utilizado dinheiro público para pagar mansões, viagens e até um casamento de luxo. A operação está acontecendo em Goiás e no Distrito Federal.
Na manhã desta quarta-feira (18), a Polícia Federal deflagrou a segunda fase da operação que investiga Fábio Lima (PP), prefeito de Cidade Ocidental, empresas e servidores públicos suspeitos de corrupção e desvio de recursos do município. Um dos servidores em questão exibe um alto padrão de vida nas redes sociais e teria utilizado dinheiro público para bancar seus luxos.
A Operação Ypervoli está cumprindo 16 mandados de busca e apreensão em Goiás e no Distrito Federal. O DE entrou em contato com a Prefeitura de Cidade Ocidental, mas não obteve resposta até o momento. A reportagem não conseguiu contato com o prefeito da cidade, Fábio Lima.
A primeira fase da operação, realizada em setembro deste ano, resultou na prisão do ex-pregoeiro do município, Fábio Paixão Ribas, e em buscas em imóveis ligados a ele. Durante essa fase inicial, o prefeito Fábio Correa, o secretário de Educação Anderson Luciano de Carvalho e o supervisor escolar Rafael de Lima Silva foram afastados de suas funções por 90 dias e proibidos de formalizar novos contratos com empresas.
Em 23 de outubro, a Corte Regional Federal revogou a prisão preventiva de Fábio Paixão e suspendeu o afastamento cautelar do prefeito. A investigação identificou indícios de propinas pagas por empresas de diversos setores a servidores públicos do município, especialmente em obras nas áreas da saúde e da educação.
Diversos contratos suspeitos, assinados desde 2017 e prorrogados até este ano, estão sendo investigados. Uma empresa de transporte escolar, por exemplo, teria recebido cerca de R$ 117 milhões por serviços superfaturados. Evidências sugerem que mais de R$ 63 milhões desse montante foram cobrados indevidamente.
Segundo as investigações, recursos públicos teriam sido utilizados para adquirir um imóvel residencial em Vicente Pires para o ex-pregoeiro e ex-secretário municipal, Gabriel Paixão Ribas. Há suspeitas de que empresas tenham arcado com despesas do casamento de Gabriel e sua esposa, ocorrido em agosto de 2024, na Bahia.