Oposição aciona a Justiça para impedir desfile militar no Planalto
Nesta segunda-feira (9), parlamentares de oposição ao governo Jair Bolsonaroanunciaram que irão acionar a Justiça para impedir a realização do desfile militar da Marinha previsto para acontecer nesta terça-feira (10), em Brasília. No mesmo dia acontece a votação da PEC do voto impresso no plenário da Câmara dos Deputados. O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) irá protocolar um mandando de segurança da Justiça do Distrito Federal contra o desfile.
“Nós do PSOL entraremos com mandado de segurança na Justiça do DF contra desfile militar amanhã, durante a votação do voto impresso. Bolsonaro e os militares mais próximos provocam a sociedade e querem ameaçar o Congresso. Golpismo inaceitável! Segundo ele, a movimentação é uma ameaça ao Congresso e um ‘golpismo inaceitável'”, disse em postagem no twitter.
O senador Alessandro Viera (Cidadania-SE) e a deputada federal Tabata Amaral protocolaram uma ação em conjunto. Para o senador, “é um absurdo gastar recursos públicos em uma exibição vazia de poderio militar”.
Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”
Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento.
“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.
Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.
Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.
O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.
Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.