A oposição aposta no governador Tarcísio para aprovar a anistia, enquanto o Planalto acredita em um pacto secreto entre Bolsonaro e Tarcísio para garantir seu apoio em troca de um indulto. A filiação de Tarcísio ao partido PL está condicionada aos planos para 2026, conforme avaliação de seus aliados.
Num momento crucial para o ex-presidente Bolsonaro, que enfrentará julgamento por tentativa de golpe no STF, a oposição no Congresso Nacional busca o respaldo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para a aprovação de um projeto de anistia. Há especulações sobre um possível acordo entre Bolsonaro e Tarcísio para garantir o apoio presidencial em 2026 em troca de um indulto.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, destaca a prioridade do partido em pautar a anistia e pretende discutir o tema com os líderes na próxima semana. Para avançar com o projeto, a ajuda do governador é essencial, e sua atuação junto ao presidente da Câmara, Hugo Motta, é fundamental para colocar o assunto em votação.
Aliados de Tarcísio afirmam que ele apoia totalmente a proposta de anistia e está empenhado em garantir a aprovação no Congresso. As negociações com Motta, o senador Ciro Nogueira e Marcos Pereira visam fortalecer a articulação em torno do projeto e impulsionar a possível candidatura de Tarcísio em 2026.
Ministros próximos ao presidente Lula acreditam que Bolsonaro condiciona seu apoio à candidatura de Tarcísio em troca do possível indulto presidencial. Encontros entre os dois reforçam essa suposição, embora não tenha sido divulgado publicamente para não expor os filhos de Bolsonaro e antecipar o desejo de Tarcísio de se candidatar à Presidência.
A oposição vê na articulação de Tarcísio uma oportunidade para impulsionar a proposta de anistia, especialmente diante do crescimento de seu nome como possível candidato à Presidência. Com apoio suficiente no Congresso, a expectativa é de que o projeto seja aprovado e Tarcísio se consolide como um forte concorrente nas eleições de 2026.