Nicolás Maduro enfrenta sérias dificuldades para se manter de pé como ditador em pleno ano de 2020. Quase trinta partidos opositores do regime não comparecerão às eleições do parlamento, em dezembro, e a divisão política na Venezuela só aumenta.
Há mais de trinta anos a América Latina vem se libertando, aos poucos, do autoritarismo. Mas há sempre aqueles que estão fora de seu tempo histórico: alguns à frente, e outros, como Nicolás Maduro, bem atrás.
O anúncio do boicote foi feito neste domingo, dia 2, no site da Assembléia Nacional. O grupo opositor acredita que as eleições são fraudulentas e que Maduro violou o direito do povo venezuelano e eleger seus representantes.
O texto afirma que as eleições “só buscam favorecer os interesses do regime”. E ainda “somos democratas e acreditamos na unidade nacional. Por isso decidimos não colaborar com a estratégia da ditadura e convocar todas as forças sociais e políticas do país para a reconstrução de um novo pacto unitário e uma nova ofensiva democrática”.
Não se trata, continuam, de uma abstenção, pois não consideram o pleito de dezembro como uma “eleição”. A Assembleia Nacional é o único poder da Venezuela controlado pela oposição. Em dezembro de 2015, os partidos críticos ao governo conquistaram 112 de 167 assentos do Parlamento, quebrando 15 anos de hegemonia chavista. Por isso é tão importante.