Orelhões resistem no interior de SP e ex-instalador relembra auge do telefone público: ‘Tinham filas para fazer ligação’
Em Presidente Prudente (SP), 157 orelhões ainda estão ativos. Em entrevista ao DE, Laudelino Bezerra, ex-supervisor de rede externa, falou sobre como eram as instalações e da época de ouro dos equipamentos.
Telefones de Uso Público têm queda constante, mas resistem no Oeste Paulista
Os telefones de uso público, mais conhecido por “orelhões”, que já foram símbolo de comunicação nas ruas brasileiras, estão cada vez mais raros no país, e não é diferente no Oeste Paulista.
Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em Presidente Prudente (SP) ainda existem 160 aparelhos instalados, sendo 157 ativos e três em manutenção.
Apesar da pouca presença, o cenário é de despedida, já que com o avanço da telefonia móvel e a popularização da internet, o uso dos telefones públicos caiu drasticamente nos últimos anos.
Em entrevista ao DE, o ex-funcionário da Telesp, Laudelino Bezerra de Queiroz, de 71 anos, relatou que trabalhou por mais de duas décadas instalando e consertando telefones públicos em várias cidades do interior.
Natural de Marabá Paulista, ele entrou na empresa em 1976 e se aposentou em 2003, já vendo o início do declínio dos orelhões.
O ex-funcionário da Telesp, que viveu a era de ouro dos telefones públicos, ainda conta que o trabalho exigia esforço físico e técnica.
Segundo a Anatel, cidades da região ainda contam com telefones públicos ativos. Veja alguns números atualizados referentes a agosto de 2025:
Telefone de Uso Público no Oeste Paulista (2025)
Cidades/TUPs Ativos Em Manutenção Total Presidente Prudente 157 3 160 Presidente Epitácio 31 3 34 Dracena 33 0 33 Osvaldo Cruz 34 0 34 Adamantina 37 0 37 Álvares Machado 21 0 21
A agência explica que a manutenção dos orelhões só é obrigatória em localidades sem competição adequada, ou seja, onde não há cobertura de serviço de voz móvel. À medida que as operadoras expandem o sinal de celular, a exigência é retirada.
FUTURO DOS TELEFONES PÚBLICOS
Em nota ao DE, a Anatel confirmou que o uso dos telefones públicos vem caindo de forma contínua em todo o país, substituído por serviços de telefonia móvel, banda larga fixa e aplicativos de voz e vídeo.
A agência destacou que, com o fim das concessões de telefonia fixa e a migração para o regime de autorização, as operadoras não têm mais obrigação legal de instalar ou manter orelhões, exceto em áreas sem cobertura de celular.
A tendência é que desapareçam de vez até 2028, prazo limite definido para as localidades onde ainda não há cobertura de serviços de voz.
Por fim, para quem viveu a era dos orelhões, cada ligação era um pequeno evento. Mas por agora, eles seguem resistindo mais do que o esperado.




