O rapper Oruam, filho do traficante Marcinho VP, deu sua primeira entrevista em rede nacional, onde fala sobre sua relação com o pai e a infância marcada pela ausência dele. Marcinho VP, um dos líderes da facção Comando Vermelho, está preso desde 1996 por tráfico de drogas e homicídios. Oruam, cujo nome artístico é um anagrama de Mauro, destacou que, apesar da ausência, o pai foi um exemplo. “Ele me ensinou a ser honesto”, afirmou.
A entrevista foi feita de forma exclusiva ao Domingo Espetacular, da Record. Segundo o rapper, o pai é considerado por ele como um exemplo e disse ser impossível ditar o pai como ‘monstro’ devido os crimes que cometeu. “Ele foi um ótimo pai, um exemplo de pai para mim. E tipo, foi o meu tudo… Ele tentou esconder a gente o tempo todo da favela, sabe? Ele tentou esconder e tirar a gente do morro, para tentar que a gente não olhasse, não visse aquilo ali e quisesse aquilo ali para a gente”, comentou.
“Eu não escolhi o pai que tenho, se eu fosse escolher o pai que tenho, eu escolheria o meu pai. Tudo que conquistei foi com a minha música, chefe, porque eu não tinha nada antes. Eu não tinha nada antes! Se hoje consegui conquistar o mundo, consegui conquistar o Brasil, foi porque meu pai me ensinou o caminho certo: ‘Filho, você tem que trabalhar, tem que estudar e ser honesto com as pessoas. Você tem que ser humilde’. Mano, eu só fui (em um show) com a foto do meu pai. É o meu pai!”, disse o cantor.
Infância no Morro do Alemão
Nascido em 2001, Oruam cresceu no Morro do Alemão. Durante a entrevista ao “Domingo Espetacular” da Record, ele subiu o morro com o jornalista Roberto Cabrini. O cantor defendeu seu pai em declarações contundentes, dizendo que ele não é o monstro que a sociedade pinta. “Dizem que ele é o líder, mas na verdade ele não é”, enfatizou Oruam. Ele também destacou que conquistou tudo com seu trabalho, afirmando: “Tudo com minha música”.
O rapper tem uma tatuagem em homenagem ao pai e ao traficante Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes. Recentemente, ele visitou seu pai no Presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e compartilhou a experiência nas redes sociais, refletindo sobre sua relação e suas repercussões.