Por Lígia Saba
A história da literatura é repleta de obras clássicas e representativas, porém também existem aquelas que causaram enorme burburinho e polêmica quando foram lançadas ou até mesmo atualmente. Selecionamos 10 das obras literárias que mais causaram furor na sociedade quando foram lançadas, devido ao extremismo do conteúdo ou dos ideais revolucionários que apresentam.
10. Caçadas de Pedrinho
Autor: Monteiro Lobato
Ano: 1933
Quem diria que uma história infantil tão conhecida como o “Sítio do Pica-pau Amarelo” teria a distribuição repreendida nas escolas brasileiras pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), em 2010? O clássico de Monteiro Lobato é considerado racista pela criação de personagem negros inferiorizados e estereotipados, como a Tia Anastácia. A polêmica, no entanto, só surgiu nos dias de hoje, pois quando o livro foi lançado a sociedade brasileira ainda considerava tais declarações “aceitáveis”.
9. O Príncipe
Autor: Nicolau Maquiavel
Ano: 1532
Este foi considerado um “livro guia” de muitos tiranos ao longo da história, como Hitler, Napoleão e Stalin, por exemplo. De acordo com o pensamento Maquiavélico, “os fins justificam os meios”, ou seja, o governante deve fazer o que achar necessário dentro de seu governo para manter a sua autoridade e poder. Devido a aplicação que os ditadores deram as ideias de Maquiavel, o termo “maquiavélico” acabou se tornando sinônimo de perverso e maldoso.
8. Eixo da Civilização
Autora: Margaret Sanger
Ano: 1922
Assim como o “Minha Luta” de Hitler, a senhora Sanger foi bastante clara quanto ao seu ódio pelas chamadas “raças inferiores”. Neste livro macabro, Margaret Sanger defende que os seres humanos de “raças inferiores” deveriam servir de escravos para que os “superiores” prosperassem. A autora ainda acredita que pessoas com deficiências físicas ou mentais devessem ser sacrificadas para não “poluir” a “pureza” da raça.
7. Meu Filho, Meu Tesouro
Autor: Benjamin Spock
Ano: 1946
Supostamente, este livro teria levado a morte de aproximadamente 50 mil bebês! O Dr. Spock ensinava as mamães como cuidar dos seus filhos nos primeiros meses de vida. No entanto, algumas de suas dicas chegaram a ser letais para as crianças! O doutor aconselhava as mães a deixarem os seus filhos dormirem com a barriga para baixo, pois acreditava que se estivessem ao contrário poderiam se engasgar com o próprio vômito. Porém, estudos posteriores comprovaram que deixar o bebê com a barriga para baixo aumenta os riscos de sufocamento. Atualmente, esta técnica é totalmente desaconselhada pelos médicos!
6. Lolita
Lolita é um romance de 1955 escrito pelo romancista russo-americano Vladimir Nabokov. O romance é notável por seu assunto controverso: o protagonista e narrador não confiável, um professor universitário de Literatura de meia-idade sob o pseudônimo Humbert Humbert, está obcecado por Dolores Haze, de 12 anos, com quem ele se torna sexualmente envolvido após ele se tornar padrasto dela.
5. Versos Satânicos
Autor: Salman Rushdie
Ano: 1988
Este polêmico livro quase levou à morte do seu autor! The Satanic Verses (título original em inglês) conta a história de dois muçulmanos que, após sobreviverem a um atentado terrorista, começam a sofrer uma transformação: um transforma-se num demônio, enquanto o outro num anjo. O livro está recheado de críticas e sátiras irônicas contra o islamismo e o Alcorão, o livro sagrado do islão. Vários líderes religiosos muçulmanos ofereceram milhões de dólares como recompensa para a captura e assassinato de Rushdie, que teve que receber proteção policial durante muitos anos!
4. O Evangelho Segundo Jesus Cristo
Autor: José Saramago
Ano: 1991
Ainda na onda de críticas religiosas, quem também surpreendeu o mundo (principalmente os cristãos) foi o escritor português vencedor do Nobel de Literatura José Saramago. Em “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago narra a história do “Filho de Deus” como se este fosse um mero mortal.
3. O Anticristo
Autor: Friedrich Nietzsche
Ano: 1895
Famoso pela polêmica frase “O Evangelho morreu na cruz”, esta obra de Nietzsche é considerada uma das mais críticas contra o cristianismo. Todo o ácido que Nietzsche jogou sobre a religião neste livro, fez com que “O Anticristo” (Der Antichrist, no original em alemão) entrasse para a lista de “livros demoníacos” da Igreja Católica.
2. Mein Kampf
Autor: Adolf Hitler
Ano: 1925
Mein Kampf é o título do livro de dois volumes de autoria de Adolf Hitler, no qual ele expressou suas ideias antissemitas, anticomunistas, antimarxistas, racialistas e nacionalistas de extrema-direita, então adotadas pelo Partido Nazista.
1. Os 120 Dias de Sodoma ou A Escola de Libertinagem
Autor: Donatien Alphose François – Marquês de Sade
Ano: 1785
Cenas de estupro, violência gratuita e abusos sexuais contra crianças… são apenas alguns detalhes que recheiam esta novela escrita por Sade, durante a sua prisão na Bastilha, em 1785. A história mostra quatro aristocratas libertinos que sequestram quarenta e seis jovens (entre meninos e meninas) e praticam a mais hediondas torturas sexuais durante quatro meses ininterruptos! Em 1975, a história narrada por Marquês de Sade ganhou uma versão cinematográfica, sob direção do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini. “Salò ou os 120 Dias de Sodoma” ficou conhecido como um dos filmes mais perturbadores da história do cinema!