Osteoporose: 500 mil idosos serão acometidos pela doença em Goiás

“Caso o paciente tenha osteopenia na densitometria e apresente fraturas por trauma de baixa energia como queda da própria altura, ele ainda deverá usar medicações modificadoras do metabolismo ósseo como antirreabsortivos ou drogas formadoras de osso”

Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Regional Goiás (SBOT-GO), estima-se que, no Estado, existam aproximadamente um milhão de idosos. Destes, metade possui ou possuirá osteopenia ou osteoporose. Ainda, cerca de 250 mil idosos em Goiás apresentarão uma fratura osteoporótica nos próximos 10 anos, o que aumenta o custo do Sistema de Saúde, para uma situação que poderia ser prevenida. No próximo sábado, 20 de outubro, celebra-se o Dia Mundial da Osteoporose.

Apesar da grande incidência, muitos ainda não conhecem sobre a doença e seus fatores de risco. O presidente da SBOT-GO, Frederico Barra, explica que a osteopenia é definida como o início da diminuição da massa óssea do esqueleto que, quando intensificada, evolui para osteoporose, havendo perdas entre 10 e 25% da massa óssea, identificada pelo exame de densitometria óssea.

Os grupos de riscos para essa condição, de acordo com o ortopedista, são as mulheres, preferencialmente após a menopausa, ou qualquer paciente que tenha alguma doença prévia. Ele lista algumas destas doenças como “reumatismo, diabetes, intolerância alimentar a lactose ou glúten, hipo ou hiperparatiroidismo, hipogonadismo, infecções crônicas, anemias crônicas, doenças pulmonares, cirurgias prévias como ooforectomia ou bariátrica, uso de medicações crônicas como corticoides, protetores gástricos, anticoagulantes, inibidores hormonais, dentre várias outras causas”, esclarece

Frederico Barra frisa que o diagnóstico é feito pela densitometria óssea e o tratamento envolve reverter fatores de risco e utilizar suplementos diários a base de cálcio, vitamina D, magnésio e vitamina K. “Caso o paciente tenha osteopenia na densitometria e apresente fraturas por trauma de baixa energia como queda da própria altura, ele ainda deverá usar medicações modificadoras do metabolismo ósseo como antirreabsortivos ou drogas formadoras de osso”, detalha. As consequências do não tratamento são as fraturas por fragilidade, conforme alerta o ortopedista. Estas fraturas apresentam alta mortalidade – 25% no primeiro ano após a fratura-, e alta morbidade – 75% dos pacientes passam a ter algum grau de limitação ou dependência para realização das atividades de vida diária.

Hábitos como realizar atividade física diariamente, alimentação rica em cálcio, vitaminas e minerais – como leite e derivados, peixes, verduras, castanhas -, tomar 15 minutos de sol todos os dias, não fumar ou não utilizar bebidas alcoólicas, podem ajudar a manter a saúde óssea e sua qualidade, evitando fraturas, analisa Frederico Barra. “Devemos lembrar ainda que fatores genéticos podem estar presentes, e caso algum parente próximo apresente fraturas, osteoporose ou osteopenia, o paciente deve procurar auxílio do seu ortopedista para um melhor diagnóstico e tratamento”, assinala.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Hetrin alerta sobre riscos do uso de suplementos vitamínicos sem orientação

A rotina agitada muitas vezes impede refeições equilibradas e hábitos saudáveis, resultando em fraqueza e cansaço. Com a ingestão reduzida de legumes, frutas e verduras, muitos recorrem a suplementos vitamínicos, sem orientação, o que pode trazer riscos à saúde.

Médica do pronto-socorro do Hetrin (Hospital Estadual de Trindade Walda Ferreira dos Santos), Natália Sardinha alerta sobre os riscos de usar suplementos vitamínicos sem orientação médica, o que pode trazer sérios riscos à saúde.

“A suplementação deve ser considerada apenas quando há uma deficiência diagnosticada, sendo essencial que o médico avalie os sintomas do paciente e, se necessário, solicite exames para confirmar a necessidade de reposição”, orienta a médica da unidade de saúde do Governo de Goiás.

Ela ressalta que, em muitos casos, uma dieta balanceada é suficiente para fornecer os nutrientes essenciais sem a necessidade de suplementação adicional.

Para os idosos, porém, a médica observa que as mudanças fisiológicas, associadas ao envelhecimento, como a alteração do olfato e paladar, podem afetar a alimentação.

“A idade avançada pode aumentar a necessidade de proteínas, reduzir a biodisponibilidade da vitamina D e diminuir a absorção de nutrientes como a vitamina B6, fatores que tornam a avaliação nutricional ainda mais importante”, explica a médica.

Suplementos vitamínicos

O alerta aponta que o uso de vitaminas, sem acompanhamento profissional, pode ser prejudicial.

“O uso excessivo de vitaminas pode, por exemplo, levar à intoxicação, além de afetar órgãos como os rins e o fígado”, pontua Dra. Natália.

Outro ponto preocupante são as recomendações não verificadas nas redes sociais com promessas de benefícios como rejuvenescimento, fortalecimento de cabelo, imunidade e disposição.

“Seguir essas indicações pode levar ao consumo desnecessário de vitaminas, sobrecarregando o organismo”, adverte a médica, reforçando a importância de consultar sempre um profissional de saúde antes de iniciar qualquer tipo de suplementação, garantindo segurança e eficácia no tratamento.

 

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp