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Ouça gravação que pode anular delação da JBS

Última atualização 05/09/2017 | 13:44

A Revista Veja teve acesso às conversas que podem anular os acordos de delação premiada do grupo JBS. No áudio, Joesley Batista e Ricardo Saud os dois delatores, que parecem não perceber que estão se gravando, conversam sobre como se aproximar do procurador-geral Rodrigo Janot por meio do ex-procurador Marcelo Miller e também sobre a exigência de eles não serem presos após fecharem os acordos de delação premiada.

Em outro ponto, que segundo a revista poderia ser possivelmente gravado no dia 17 de março, Joesley e Ricardo Saud afirmam que Fernanda, provavelmente a advogada Fernanda Tórtima, “surtou”com os rumos da delação e de se dependesse de qual autoridade citassem em depoimento, os dois poderiam “entregar” o Supremo Tribunal Federal (STF).

“Eu quero nós dois 100% alinhado com o Marcelo…nós dois temos que operar o Marcelo direitinho pra chegar no Janot…eu acho…é o que falei com a Fernanda [possivelmente Fernanda Tórtima, advogada]…nós nunca podemos ser o primeiro, nós temos que ser o último, nós temos que ser a tampa do caixão…Fernanda, nós nunca vamos ser quem vai dar o primeiro tiro, nós vamos o último…vai ser que vai bater o prego da tampa”, diz Joesley Batista em um dos trechos da gravação.

Na conversa, Saud comenta como Marcelo Miller, que foi braço direito de Janot no Ministério Público, está atuando para “tranquilizar” os delatores. Ele também relata a tática para se aproximar e conquistar a confiança do procurador-geral da República, Rodrigo Janot: “chamar todo mundo de bandido”.
“(…) (A gente) vai acabar virando amigo desse Ministério Público, você vai ver. Nóis vai virar amigo desse Janot. Nóis vai virar funcionário desse Janot. (risos). Nós vai falar a língua deles. Você sabe o que que é?”, questiona Joesley.

“A língua… domina o país… dominar o país”, completa Saud. Na sequência, Joesley dá a deixa: “Você quer conquistar o Marcelo? Você já achou o jeito. Cê quer conquistar o Marcelo? Você já achou o jeito. É só começar a chamar esse povo de bandido. Esses vagabundo bandido, assim”.

*Informações da Revista Veja