Ouvidor critica presença da polícia em enterro de criança morta em operação

O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Aparecido da Silva, expressou forte crítica à presença de policiais militares no enterro de um menino de 4 anos, morto por bala perdida durante uma operação militar.

A fatalidade ocorreu na noite desta terça-feira, 5, no Morro São Bento, em Santos, no litoral paulista. Já o funeral ocorreu na manhã desta quinta-feira, 7, com a presença de políticos e autoridades que repudiam a ação da Polícia Militar.

Claudio Aparecido da Silva destacou que a presença policial no funeral foi inadequada e potencialmente perturbadora para os familiares e amigos do menino. “A presença da polícia em um enterro, especialmente de uma criança, é algo que deve ser questionado. Isso pode causar mais dor e estresse para aqueles que já estão passando por um momento de grande tristeza”, afirmou o ouvidor.

A fala do ouvidor foi feita à imprensa após policiais da Força Tática iniciarem uma abordagem na porta do cemitério. Claudio, acompanhado de jornalistas e fotógrafos, se aproximou dos policiais e denunciou que os agentes não estavam usando câmeras corporais.

“Vocês matam uma pessoa de 4 anos de idade. Aí fica circulando na porta do cemitério, incidindo no meio do cortejo. Não queria deixar o cortejo sair, para na porta do cemitério”, disse Silva aos policiais.

O ouvidor ainda aproveitou a aproximação dos agentes para ligar ao coronel Cassio Araújo de Freitas e denuncias que a abordagem realizada pelos policiais era considerada abusiva. “Abordou o rapaz, deu um tapa na cabeça do rapaz, agrediu o rapaz, agora está dizendo que vai apreender a moto do rapaz.”, informou em ligação.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que será realizado a análise das denúncias e que o policiamento foi reforçado na região.

Morte da criança

A ocasião acontece na última terça-feira, 5, quando Ryan da Silva Andrade Santos estava brincando com outras crianças na calçada em frente à casa de uma prima e foi atingido por uma bala de perdida. Além dele, outros dois adolescentes, de 15 e 17 anos, também foram atingidos pelos disparos. O adolescente mais velho morreu e o outro foi socorrido pela escolta.

Registros do boletim de ocorrência apontam que a ação aconteceu durante um patrulhamento de rotina da Polícia Militar (PM) por volta de 20h15. Segundo registros policiais, três viaturas da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) estavam pelo bairro quando viram dez homens, sendo quatro de motocicletas, que fugiram ao notar a presença das patrulhas.

No B.O consta que o grupo se dirigiu até um ponto de drogas e foi necessário que os policiais desembarcassem das viaturas para realizar buscas. Uma troca de tiros foi iniciada entre os suspeitos e os agentes, que disparam contra os suspeitos.

O menino baleado foi socorrido por familiares e amigos, sendo levado até a Santa Casa de Santos, mas não resistiu e morreu.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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