Última atualização 27/08/2020 | 15:30
Foi confirmado, nesta quarta-feira, dia 26, o primeiro caso da história de uma pessoa que foi curada do vírus HIV sem nenhum tipo de tratamento. Trata-se de Loreen Willenberg, de 66 anos, que é soropositiva desde 1992.
Na revista Nature, uma matéria conta que 1,5 bilhão de células foram analisadas no corpo de Loreen, inclusive no intestino e reto. Apesar da tecnologia sofisticada para encontrar o vírus no genoma, nada foi detectado.
Outros dois pacientes no mundo são considerados curados, mas passaram por arriscado procedimento de transplante de medula. Outro brasileiro considerado curado espera para entrar na lista. Mas sumir o vírus assim, sem motivações conhecidas, é considerado inédito na medicina.
O mesmo estudo com Laureen também pesquisou um grupo de 63 pessoas que controlaram a infecção sem usar drogas – no caso desses participantes, o organismo conseguiu absorver o HIV de maneira que ele não se reproduz. Os resultados da pesquisa sugerem que essas pessoas conseguiram ter uma “cura funcional”, ou seja, o vírus está presente, mas inativo.
Os resultados podem sugerir que ao contrário do que se pensava, o tratamento pode “curar”. Outras 11 pessoas que participaram da pesquisa são consideradas “controladores excepcionais”. Os organismos deles conseguiram isolar o vírus em uma parte do genoma tão densa, que o sistema celular não consegue replicá-lo.
Funciona assim: esses pacientes, que suprimiram o vírus sem remédios, mas que já tomaram, teriam células T podesoras, ou seja, que depois de lutar contra uma infecção, ainda guardam memória por longo prazo e os efeitos continuam valendo.