Pacientes denunciam superlotação e falta de medicamentos no Cais Nova Era, em Aparecida de Goiânia

Os usuários da rede municipal de saúde de Aparecida de Goiânia tem sofrido com a superlotação e a demora no atendimento devido a surtos de dengue, chicungunha e H3N2. Unidades de saúde como o Centro de Atenção Integrada à Saúde (CAIS) Nova Era, por exemplo, tem registrado superlotação e falta de médicos, segundo os pacientes. Algumas pessoas, inclusive, precisam sentar no chão por falta de assentos.

Ao Diário do Estado, a população disse que não havia distanciamento social na unidade de saúde, uma das principais medidas de proteção contra a Covid-19. De acordo com a aposentada Zione da Costa Oliveira, de 79 anos, o  motivo da superlotação foi a falta de médicos e a demora para fazer a triagem.

“Cheguei no CAIS e fiz a minha ficha era umas 7 horas da manhã. No entanto, eles começaram a chamar para a triagem já era mais de 8 porque os médicos não tinham chegado ainda. A partir dai foi mais uma luta para conseguir ser atendida. Quando cheguei não tinha muita gente, mas quando começou a chamar para a triagem as pessoas começaram a se aglomerar”.

Cais tem registrado falta de medicamentos / Foto: Arquivo pessoal

Desorganização

Para Zione, o atendimento na unidade de saúde é desorganizado. Ela explica que durante a consulta foi aconselhada a fazer um exame para detectar a Covid-19. Entretanto, ao tentar agendar o teste, ela precisou voltar na sala do médico novamente, já que um dos papeis necessários para o agendamento não havia sido impresso por falta de papel.

Outro problema denunciado pela idosa é a falta de medicamentos no CAIS. A aposentada afirma que a médica lhe passou seis medicamentos, mas ao tentar pegá-los na farmácia do local conseguiu apenas dois, já que os outros quatro estavam em falta.

“O atendimento no CAIS é mito desorganizado. Precisei voltar na médica que me passou o pedido para fazer o teste contra a Covid-19 porque estava faltado uma folha. Ela me falou que não tinha imprimido porque tinham acabado as folhas. Já na hora de marcar o exame a internet caiu e não conseguimos marcar. Porém, o pior foi a falta de medicamentos na unidade. A mulher da farmácia me deu paracetamol porque não tinha dipirona”, exaltou.

Mães aguardando atendimento do lado de fora da unidade de saúde / Foto: Arquivo pessoal

Nota Prefeitura de Aparecida

“A Secretaria de Saúde de Aparecida (SMS) esclarece que nesta terça-feira, 18 de janeiro, o Cais Nova Era está com a escala médica completa, com sete médicos atuando no plantão diurno. A Secretaria informa que os atendimentos ocorrem conforme prioridade clínica, ou seja, priorizando os casos mais graves e com risco de vida. Logo, casos mais leves têm um maior tempo de espera, dependendo da demanda.

A SMS acrescenta que a procura de pacientes no Cais aumentou em mais de 43% no mês de janeiro devido aos casos suspeitos de dengue, gripe e covid-19, ou seja, pessoas com sintomas gripais como tosse, dor de cabeça e no corpo, coriza, febre e fraqueza, dentre outros. Além do fluxo intenso de pacientes da cidade, a pasta continua atendendo diariamente a pacientes vindos de outros municípios, principalmente da Região Metropolitana de Goiânia, o que tem correspondido a 40% do total de atendimentos.

Para desafogar as UPAs e Cais, a SMS abriu, desde o último 29 de dezembro, todas as 40 Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) da cidade para atendimentos de livre demanda, sem necessidade de agendamento prévio, de segunda a sexta-feira, relacionados às síndromes gripais e à dengue, inclusive com exames laboratoriais para descartar casos de covid e dengue. O município também está disponibilizando atendimento agendado via telemedicina”.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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