Padrasto envia áudio ao pai dizendo que menina enterrada estava morta: ‘Pare de encher o saco’

padrasto-envia-audio-ao-pai-dizendo-que-menina-enterrada-estava-morta3A-pare-de-encher-o-saco

Padrasto mandou áudio ao pai falando que menina enterrada em quintal estava
morta: ‘Não existe mais, pare de encher o saco’

Segundo a avó paterna de Maria Clara Aguirre Lisboa, os áudios foram
encaminhados para o pai biológico da criança há duas semanas atrás. Rodrigo
dizia que a menina era “marota” e mimada.

Padrasto mandou áudio a pai falando que menina enterrada em quintal estava morta [https://s03.video.glbimg.com/x240/14013958.jpg]

Padrasto mandou áudio a pai falando que menina enterrada em quintal estava morta

O padrasto da menina de 5 anos assassinada em Itapetininga (SP) [https://DE.globo.com/sp/itapetininga-regiao/cidade/itapetininga/] enviou áudio
para o pai biológico dela falando que a garota estava morta e, com isso,
acabaria o vínculo dele com a mãe da criança. Ainda na mensagem, o suspeito pede
ao pai que “pare de encher o saco” dele e da mãe da criança (ouça acima). O
corpo de Maria Clara Aguirre Lisboa foi encontrado enterrado nesta terça-feira
(14) [https://DE.globo.com/sp/itapetininga-regiao/noticia/2025/10/14/crianca-e-encontrada-morta-no-quintal-da-casa-do-padrasto-em-itapetininga.ghtml], no quintal da casa do suspeito.

O casal Luiza Aguirre Barbosa da Silva, mãe da menina, e Rodrigo Ribeiro
Machado, o padrasto, foi preso e confessou o crime. Eles serão indiciados por
homicídio e ocultação de cadáver. Luiza e Rodrigo passaram por audiência de
custódia nesta quarta-feira (15) e a Justiça manteve a prisão deles.

Segundo a avó paterna da garota, Vanderleia Monteiro do Amaral, de 50 anos, o
suspeito do assassinato mandou áudio pelo telefone de Luiza da mãe da criança,
há duas semanas, falando ao pai que Maria Clara estava morta.

No registro, ao qual o DE teve acesso, Rodrigo parece ficar irritado com a
situação e pede para que Luiza confirme que Maria Clara estava morta.

Padrasto encaminhou áudio para o pai biológico da criança dizendo que a
menina já estava morta — Foto: Arquivo pessoal/Vanderleia Monteiro do Amaral

“Fale a verdade para o cara [pai da Maria Clara]”, pediu Rodrigo. “Tô falando
para você já, pare. O, que a menina morreu já”, completou Luiza para o pai da
menina.

Em outro momento, em tom de ameaça, o suspeito diz ao pai que não há mais
vínculo entre ele a ex-companheira, pois a filha deles já “não existe mais”.

>”Mano, você é surdo também, cara? Não me irrite não, parça. Já falei, parça.
>Não vou nem mais responder você, mano. Já falei, sua filha está morta, não
>existe mais, parça. Pare de ficar enchendo o saco, entendeu? Para de mandar
>mensagem, falou?”

“Eu não vou perder mais meu tempo, falou? Por que é o seguinte… você não tem
mais nenhum vínculo com a Luiza, certo? Não tem filho, não tem mais nada, certo?
Ele já tá morto. Então, eu preciso nem gastar saliva com você, nem responder
você. Nem a família sua, falou?”, completou Rodrigo no áudio enviado.

Ao DE, a avó Vanderleia contou que as gravações foram enviadas ao filho dela.
Ela conta que o padrasto chamava Maria Clara de “marota”, mimada e que era
mal-educada, culpando a família paterna pelo comportamento da menina.

Nas vezes em que a criança visitava sua casa, aos fins de semana, a avó percebeu
marcas de agressões com uso de força nos punhos da menina.

Segundo a Polícia Civil, a menina sofria agressões frequentes da mãe e do
padrasto. O áudio foi acrescentado ao inquérito policial.

Padrasto e mãe suspeitos de matar menina de 5 anos e enterrar corpo em
quintal de casa, em Itapetininga (SP) — Foto: Reprodução

Enterrado e concretado

Segundo o delegado Franco Augusto, o corpo de Maria Clara foi encontrado no
quintal da casa do padrasto. Os dois demoraram cerca de dois dias após a morte
para enterrar o corpo, e o local foi concretado para ocultar o crime.

Ainda conforme o delegado, o padrasto já tinha histórico criminal e torturava
psicologicamente a criança e a mãe dela, utilizando a menina como forma de
pressão, além de agredi-la fisicamente.

O casal admitiu à polícia que a menina “atrapalhava” a vida deles e que
descontava a frustração e a raiva na criança. Durante as agressões, foi
utilizada uma rebitadeira, ferramenta que foi apreendida pela polícia com
manchas de sangue.

As primeiras informações da perícia indicam que o corpo de Maria Clara estava
enterrado havia aproximadamente 20 dias.

Mãe e padrasto confessaram que mataram Maria Clara e concretaram o corpo no
quintal de casa em Itapetininga — Foto: Arquivo pessoal/Vanderleia Monteiro do Amaral

Denúncia ao Conselho Tutelar

O caso começou a ser investigado após uma denúncia feita ao Conselho Tutelar
pela avó Vanderleia, que comunicou o desaparecimento da menina. Inicialmente, a
polícia não trabalhava com a hipótese de homicídio.

Rodrigo e Luiza foram localizados também na terça-feira, mesmo dia em que o
corpo foi encontrado, e levados à delegacia, onde confessaram o crime.

A Polícia Civil investiga também a responsabilidade dos pais de Rodrigo, que
moravam no local e são os donos da casa onde o corpo foi encontrado.

Box de Notícias Centralizado

🔔 Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram e no WhatsApp