Padrasto matou menino de 9 anos a pedido da mãe, diz delegado

O garoto Antônio Jorge Ferreira da Silva, de 9 anos, foi morto pelo padrasto a mando mãe, segundo afirmou o delegado Valdemir Pereira, responsável pelo caso. De acordo com as investigações da Polícia Civil, Renato Carvalho Lima, de 20 anos, enforcou a criança a pedido da mãe Jeannie da Silva de Oliveira, de 27 anos, pois ela não queria mais “ter responsabilidades com o filho”.

“A mãe já tinha combinado com o Renato a morte do filho. Na sexta-feira ela entregou a chave para o Renato e disse que o menino estava sozinho em casa. O Renato foi lá, abriu a porta e perguntou se a criança estava com fome. Ele o chamou para ir à padaria lanchar. Após o lanche, o Renato o levou para a casa, aproveitando a ausência da mãe, e matou o garoto enforcado”, explicou o delegado.

Suspeita de abuso

Vizinhos de Antônio Jorge relataram à polícia que viram Renato tentando beijar o garoto à força há cerca de um mês. De acordo com Valdemir Pereira, a hipótese não foi descartada, mas a investigação não encontrou indício de abuso sexual. “Não há nenhum indício forte de que a criança foi molestada”, afirmou.

Falso sequestro

O casal Jeannie e Renato tentou simular o sequestro de Antônio Jorge. Eles foram até a Central de Flagrantes da Polícia Civil na noite de domingo para dar a falsa notícia de sequestro. Jeannie afirmou ao escrivão e ao delegado plantonista que quatro homens em um Voyage prata capturaram o garoto em uma rua da Vila Luciana quando a criança estava com o padrasto.

Na primeira versão apresentada pelo casal, eles disseram que os sequestradores alegaram que só devolveriam Antônio Jorge mediante o pagamento de R$ 1,8 mil. Durante os depoimentos, porém, a polícia notou que a tese de sequestro não se sustentava .

“Ao interrogar a mãe e o padrasto, percebemos que a história deles não estava certa. Depois de muitas horas de conversa, Renato acabou confessando o crime. Eles tiveram tempo para elaborar uma história com o objetivo de acobertar o crime”, disse o delegado Valdomiro Pereira.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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